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Irmandade contesta legitimidade de novo governo do Egito

"Nós não reconhecemos a legitimidade nem a autoridade" do novo governo, declarou Gehad El-Haddad, porta-voz da Irmandade Muçulmana


	Depois do golpe, Adly Mansour chegou a manifestar a intenção de nomear políticos da Irmandade Muçulmana para alguns ministérios, mas a agremiação rejeitou a possibilidade e prometeu continuar protestando até que Morsi seja reempossado
 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Depois do golpe, Adly Mansour chegou a manifestar a intenção de nomear políticos da Irmandade Muçulmana para alguns ministérios, mas a agremiação rejeitou a possibilidade e prometeu continuar protestando até que Morsi seja reempossado (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 17h30.

O presidente interino do Egito, Adly Mansour, empossou nesta terça-feira um novo gabinete de governo, o primeiro desde o golpe de Estado no qual as Forças Armadas derrubaram Mohammed Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito da longa história do país, quase duas semanas atrás.

A Irmandade Muçulmana, à qual Morsi é ligado, contestou a legitimidade do governo empossado hoje. "Nós não reconhecemos a legitimidade nem a autoridade" do novo governo, declarou Gehad El-Haddad, porta-voz da Irmandade Muçulmana, pouco depois da cerimônia de posse.

O governo empossado nesta terça-feira é liderado pelo primeiro-ministro Hazem el-Beblawi, um economista. O general Abdel-Fattah el-Sissi, que liderou o golpe contra Morsi em 3 de julho, foi promovido a vice-primeiro-ministro, mas acumulará o cargo de ministro da Defesa, que já detinha antes do golpe.

O ministro de Interior Mohammed Ibrahim, indicado por Morsi, continuará à frente da polícia egípcia; Nabil Fahmy, que foi embaixador do Egito em Washington de 1999 a 2008, será o novo chanceler.

O gabinete possui 33 ministros, é dominado por laicos e não possui nenhum integrante ligado a movimentos islâmicos, em mais um sinal da polarização política no Egito. Dois postos ministeriais foram atribuídos a políticos cristãos. Ao mesmo tempo, três mulheres foram nomeadas ministras, um recorde no Egito.

Depois do golpe, Adly Mansour chegou a manifestar a intenção de nomear políticos da Irmandade Muçulmana para alguns ministérios, mas a agremiação rejeitou a possibilidade e prometeu continuar protestando até que Morsi seja reempossado.

Morsi foi, no ano passado, o primeiro presidente eleito democraticamente na história do Egito. Permaneceu um ano e três dias no cargo.

Ontem à noite, sete pessoas morreram e 261 ficaram feridas em confrontos entre partidários de Morsi e forças de segurança no Cairo, segundo oficiais do setor de saúde.

Duas pessoas morreram em confrontos nos arredores da região central de Ramsés, perto da praça Tahrir, enquanto outras cinco foram mortas em Gizé, afirmou o chefe de serviços de emergência, Mohammed Sultan, acrescentando que agentes das forças de segurança estava entre os feridos.

A autoridade do ministério de Saúde Khaled al-Khatib informou o mesmo número, segundo a agência oficial de notícias MENA.

Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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