Mundo

Egito e EAU podem ter participado de ataques na Líbia

Autoridades norte-americanas disseram que os Estados Unidos não receberam nenhuma notificação anterior aos ataques


	Aeroporto de Trípoli: o aeroporto internacional de Tripoli foi praticamente destruído
 (Hani Amara/Reuters)

Aeroporto de Trípoli: o aeroporto internacional de Tripoli foi praticamente destruído (Hani Amara/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 16h49.

Washington - O Egito e os Emirados Árabes Unidos (EAU) realizaram ataques aéreos secretos contra milícias islâmicas na Líbia, disse uma porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA nesta terça-feira, condenando a intervenção por elevar as tensões do já debilitante conflito no país africano.

Autoridades norte-americanas disseram que os Estados Unidos não receberam nenhuma notificação anterior aos ataques.

Uma autoridade afirmou que os dois países e a Arábia Saudita têm apoiado há meses a campanha de um general renegado contra grupos de militantes líbios, mas os sauditas não parecem ter participado das ofensivas recentes.

Outro oficial disse que Washington sabia dos planos do Egito e dos Emirados Árabes sobre uma possível operação e advertiu-os contra o prosseguimento das operações.

A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, confirmou que o Egito e os Emirados Árabes haviam realizado os ataques.

Uma autoridade norte-americana disse recentemente que as ofensivas eram realizadas sem o consentimento do governo líbio.

Em depoimento conjunto, os EUA, o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Itália expressaram sua preocupação, dizendo que "a interferência estrangeira na Líbia exacerba as divisões e prejudica a transição democrática."

O novo enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Líbia, Bernardino Leon, disse não acreditar que a intervenção era útil.

Para Leon, apenas um processo político inclusivo com a representação de todos os líbios do Parlamento, do governo e de outras instituições do Estado acabaria com a instabilidade instalada no país.

"Qualquer tipo de intervenção ou intervenção estrangeira não vai ajudar a Líbia a sair do caos", disse.

O ministro das Relações Estrangeiras egípcio, Sameh Shukri, disse a repórteres nesta terça-feira que as acusações de participação do Egito nos ataques eram "rumores sem sustentação". Shukri afirmou que respeita a vontade popular líbia e o Parlamento eleito, e queria ajudar a treinar as forças armadas do país.

"Mas nós não temos ligação nenhuma com qualquer tipo de operação militar no território líbio."

A Líbia passa pelo pior período de violência desde a derrubada do ditador Muamar Kadafi há três anos.

O aeroporto internacional de Tripoli foi praticamente destruído. Diplomatas, autoridades internacionais e milhares de líbios já fugiram do país. Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaEgitoGuerrasLíbia

Mais de Mundo

Trump assina ordens impondo tarifas de 25% para México e Canadá e 10% para a China

Trump diz que Venezuela 'aceitou' receber migrantes deportados, incluindo criminosos

Papa Francisco se desequilibra após quebrar parte da bengala

Israel pede informações de crianças reféns após libertação de pai neste sábado