Mundo

Egito: choque entre torcedores e polícia deixa 388 feridos

Ministério da Saúde disse que não há casos graves depois dos confrontos entre os torcedores do Al-Ahly e as forças de segurança nas ruas do Cairo

Torcedores do Al-Ahly protestam nas ruas do Cairo, no Egito: confusão com os policiais (Ed Giles/Getty Images)

Torcedores do Al-Ahly protestam nas ruas do Cairo, no Egito: confusão com os policiais (Ed Giles/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 18h21.

Cairo - Pelo menos 388 pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira nos choques registrados entre torcedores do Al-Ahly e integrantes das forças de segurança no centro do Cairo, informou à Agência Efe o subsecretário do Ministério da Saúde do país, Hesham Sheiha.

Sheiha detalhou que 266 pessoas foram atendidas no lugar dos choques, enquanto 122 feridos foram transferidos para hospitais.

A situação dos feridos é estável, segundo as declarações à televisão estatal egípcia de Shiha, que destacou que 45 ambulâncias participam do atendimento às vítimas nos arredores da praça Tahrir.

Nessa área foram instalados vários hospitais de campanha. Em um deles, o médico Mahmoud Saad explicou à Efe que atenderam centenas de pessoas e que é impossível oferecer números exatos de feridos porque há vários centros médicos.

Saad disse que os feridos apresentavam sintomas de asfixia pelo gás lacrimogêneo, assim como lesões pelo impacto das balas de borracha.

O médico, membro da Associação de Médicos de Tahrir, frisou que a maioria das pessoas atendidas são homens jovens, embora também tenha atendido mulheres e adultos.

Este grupo de médicos, muito ativo desde a revolução, levantou dois hospitais de campanha na praça, nos quais trabalham 40 profissionais e dezenas de voluntários.

Os confrontos foram motivados pelas acusações que as forças de segurança provocaram o massacre do estádio de Port Said, no qual morreram ontem à noite mais de 70 pessoas em uma briga entre as torcidas do Al-Ahly e do Al-Masry, time local.


Na rua Mohammed Mahmoud, que liga a praça Tahrir ao Ministério do Interior, a Polícia dispara gás lacrimogêneo para tentar dispersar a multidão, enquanto os manifestantes lançam pedras.

Esta região já viveu em novembro e dezembro do ano passado violentos distúrbios durante protestos contra a Junta Militar, o que levou as autoridades a construir muros de cimento para isolar a citada sede governamental.

Por sua parte, o Ministério do Interior pediu em comunicado aos cidadãos que não sigam as 'chamadas maliciosas' que 'pretendem propagar o caos e a instabilidade'.

A nota indica que os manifestantes saltaram os muros de cimento para tentar chegar ao Ministério, que está protegido pelas forças de segurança.

Segundo a Efe pôde constatar, a primeira linha de contenção dos manifestantes está formada pelos soldados do Ministério do Interior, mas na retaguarda estão vários veículos blindados do Exército egípcio.

*Modificada às 19h20 para atualizar número de feridos

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoPolítica no BrasilProtestosViolência urbana

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais