Agência de Notícias
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 12h24.
O Egito acusou, nesta quinta-feira, Israel de ignorar a proposta oferecida recentemente por mediadores para uma trégua na Faixa de Gaza, aceita pelo grupo islâmico Hamas, e advertiu sobre um "erro de cálculo" do governo israelense que "resultará em uma escalada (bélica) ainda maior na região".
O Ministério das Relações Exteriores egípcio, em um comunicado, condenou os planos israelenses de ocupar a cidade de Gaza, considerando-os "um novo passo para consolidar sua ocupação ilegal de territórios palestinos e uma flagrante violação do direito internacional".
"Isso reflete a total indiferença de Israel em relação aos esforços dos mediadores e ao acordo proposto para alcançar um cessar-fogo, a libertação de reféns e prisioneiros, e a entrada de ajuda humanitária" na Faixa de Gaza, afirmou a nota.
O comunicado considera que "essa arrogância do poder (...) para favorecer interesses políticos ou falsas crenças constitui um grave erro de cálculo derivado do declínio e da fraqueza do sistema de justiça internacional".
Também advertiu que os planos israelenses de ocupar Gaza e não responder à proposta de Egito e Catar "conduzirão a uma maior escalada na região", cujas "nefastas consequências se prolongarão por anos nas relações entre os povos da região (do Oriente Médio), e até na paz e segurança regionais e internacionais".
Egito, Catar e Estados Unidos, que mediam as negociações entre Israel e Hamas, aguardam a resposta do governo israelense a uma nova proposta que ofereceram a ambos os lados na última segunda-feira, e que foi aceita pelo grupo islâmico no dia seguinte.
Segundo os mediadores, o novo plano estipula uma pausa de 60 dias durante a qual o Hamas libertará dez reféns vivos e 18 corpos de israelenses em troca de um número de prisioneiros palestinos, entre outros pontos.
Durante esse tempo, o Hamas congelará suas atividades militares e Israel retirará suas tropas de Gaza para permitir a entrada e distribuição de ajuda a civis, enquanto as negociações continuam para um acordo global que ponha fim à guerra, que já causou a morte de mais de 62 mil pessoas apenas na Faixa.
O comunicado da Chancelaria egípcia pediu à comunidade internacional que "intervenha urgentemente para pôr fim à guerra israelense em Gaza e deter os crimes cometidos contra civis palestinos inocentes".
Além disso, exigiu que o Conselho de Segurança da ONU "assuma suas responsabilidades na manutenção da paz e segurança internacionais, a fim de evitar uma maior deterioração da situação na região e a exacerbação da instabilidade no Oriente Médio como consequência das flagrantes e sem precedentes violações israelenses".