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Egípcios vão às urnas, mas só têm um candidato para votar

ÀS SETE - 60 milhões de eleitores vão escolher entre o atual presidente, Abdel Sisi, e o pouco conhecido Moussa Mostafa, acusado de ser candidato de fachada

Sisi: essa será a terceira eleição no país desde a revolução da chamada Primavera Árabe, que tirou o ditador Hosni Mubarak do poder (The Egyptian Presidency/Reuters)

Sisi: essa será a terceira eleição no país desde a revolução da chamada Primavera Árabe, que tirou o ditador Hosni Mubarak do poder (The Egyptian Presidency/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2018 às 07h06.

Última atualização em 26 de março de 2018 às 07h20.

Entre esta segunda 26, e a quarta-feira 28, os egípcios vão às urnas votar para presidente em uma eleição virtualmente com apenas um candidato.

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Os cerca de 60 milhões de eleitores deverão escolher entre o atual presidente, Abdel Fattah al-Sisi, e o pouco conhecido líder do partido El Ghad, Moussa Mostafa Moussa, acusado pela oposição, por organizações de direitos humanos e pela imprensa de ser um candidato de fachada.

Moussa entrou para o pleito pouco antes do prazo final para registro de candidatura e apenas dez dias depois de seu partido ter declarado apoio à candidatura de Sisi.

O anúncio de sua candidatura também veio depois de todos os outros pré-candidatos terem sido presos ou se retirado da disputa alegando intimidações pelo governo.

O principal adversário de Sisi, o ex-comandante Sami Anan foi preso por ordem do presidente em janeiro, poucos dias depois de anunciar sua intenção de concorrer ao pleito.

Além dele, outros seis políticos, como o advogado de direitos humanos Khaled Ali e o ex-primeiro ministro Ahmed Shafik, retiraram seus nomes da disputa, levando a oposição a chamar por um boicote às eleições.

Será a terceira eleição no país desde a revolução da chamada Primavera Árabe, que tirou o ditador Hosni Mubarak do poder. Mas a esperança democrática parece ter durado pouco.

Em 2012, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, foi eleito no que foram consideradas as primeiras eleições democráticas na história do Egito para logo sofrer um golpe liderado por Sisi, que seria eleito em 2014.

Sisi disputa agora um segundo mandato em um momento particularmente delicado para a economia egípcia, com a alta dos preços afetando uma população com 25% abaixo da linha da pobreza.

Depois do corte dos subsídios à energia e a decisão de desvalorizar a libra egípcia para obter um empréstimo de 12 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional, a inflação chegou a mais de 30% em 2017 e as taxas de juros atingiram 18,75%.

A situação vem dando sinais de melhora este ano com a compra de 20 bilhões de dólares em títulos do tesouro egípcio por investidores estrangeiros, e uma inflação em torno dos 15%.

Para ser consagrado presidente já no primeiro turno, Sisi precisa receber mais de 51% dos votos. De qualquer maneira, acabará presidente, e o Egito deve viver mais do mesmo.

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