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Economist: boa administração pode não ser suficiente para Dilma

Revista britânica diz que a presidente ainda vai provar se tem habilidade para fazer as reformas fiscal e política

Economist diz que Dilma começou bem, mas ainda tem muito a mostrar (AGÊNCIA BRASIL)

Economist diz que Dilma começou bem, mas ainda tem muito a mostrar (AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 17h06.

São Paulo - Dilma Rousseff começou bem o seu mandato. Durante o primeiro mês, ela deu mostras de que tem características essenciais para uma boa liderança. Mas as provas que ela já enfrentou não são nada perto do que vem pela frente. Uma reportagem da revista britânica The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (17), diz que Dilma teve um início promissor. Mas ainda não é certo se apenas uma boa administração será suficiente para o sucesso da presidente nos próximos quatro anos.

Segundo o texto, todos os recados que o novo governo deu foram claros e bem recebidos. "Ela desfez as noções de que será branda no combate à inflação. Sua equipe sinalizou a necessidade de maior austeridade no orçamento depois dos dois últimos anos de grandes gastos do governo Lula. Ela corretamente quer focar em políticas sociais para eliminar a pobreza extrema e melhorar a saúde e a educação. E ela está certa em perseguir as reformas política e fiscal, embora seus dois antecessores, Lula e Fernando Henrique Cardoso, tenham se frustrado nestas tentativas", diz a reportagem.

Outro campo que promete dar bons frutos é o da política externa, segundo a Economist. A revista afirma que a presidente tem mostrado que vai seguir um rumo diferente do de Lula. Enquanto este exibia uma "tendência para abraçar ditadores, como Fidel Castro e Mahmoud Ahmadinejad", Dilma já se manifestou contra a repressão no Irã, e enfatizou seu compromisso com os direitos humanos. Finalmente, ela tem demonstrado interesse em aprofundar os laços com os Estados Unidos, algo que foi evitado durante o governo anterior.

Apesar de estas perspectivas serem positivas, a Economist diz que Dilma ainda tem muito para mostrar se quiser convencer como boa governante. A batalha mais árdua será travada na economia. A presidente assumiu um país com um ritmo de crescimento acelerado, no qual a inflação começa a se comportar de forma preocupante. "Ela vai conseguir sustentar o crescimento sem sacrificar a estabilidade? Nesta semana, ela venceu uma importante vitória na votação do salário mínimo", diz o texto. Mas o governo ainda quer promover um corte de 50 bilhões de reais do orçamento, e ainda não se sabe exatamente como.

Além disso, no campo político, Dilma terá de lidar com as pressões de sua ampla, porém voraz, coalizão no Congresso. Os próximos meses vão mostrar se Dilma tem as habilidades políticas necessárias para extrair as reformas que ela deseja fazer. "Ela tem as características de uma boa presidente. Mas os testes de verdade ainda estão por vir."

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