Entre abril e junho, o PIB da zona do euro cresceu 0,3% na comparação com os três meses anteriores, anunciou nesta terça-feira o instituto europeu de estatísticas, Eurostat.
Analistas ouvidos pela
Bloomberg e pela
Factset apostavam em uma leve desaceleração do crescimento, de
0,2%, nesse período.
Mas as diferenças entre os países são muito acentuadas, o que poderá ser uma dor de cabeça para o Banco Central Europeu (BCE), que deverá definir uma política monetária adaptada aos 20 países que compartilham a moeda comum.
Assim, entre as grandes economias do
Velho Continente, a
Alemanha se destaca negativamente e contém os seus parceiros. Seu
PIB caiu 0,1% no segundo trimestre. A
indústria exportadora alemã, um pilar do seu modelo econômico, enfrenta problemas há dois anos devido ao alto custo da energia, aos custos mais elevados do crédito, à fraca demanda interna e às dificuldades no comércio internacional.
Em particular, o índice PMI, publicado na semana passada pela S&P Global, mostra uma "quase estagnação" da atividade do setor privado em julho.
"A economia da zona do euro é muito semelhante à qualidade da água do Sena: há dias em que pode parecer boa, mas no geral é suficientemente medíocre para nos preocuparmos de forma contínua", disse Bert Colijn, do banco ING.
Atrás da China e dos Estados Unidos
Globalmente, o desempenho europeu continua muito inferior ao dos Estados Unidos e da China, que tiveram um crescimento de 0,7% no segundo trimestre.
Para o ano de 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em 26 de julho um crescimento do PIB de 0,9% na zona do euro; 2,6% nos Estados Unidos e 5% na China.
Em contraste com a Alemanha, o desempenho da França (+0,3%), na média europeia, foi um pouco melhor que o da Itália (+0,2%), e a Espanha registrou uma das taxas de crescimento mais altas (+0,8%).
A
França acolhe atualmente os
Jogos Olímpicos de Paris que, segundo a
Capital Economics, poderão proporcionar um "pequeno impulso" à economia da zona do euro no terceiro trimestre de 2024.
O crescimento da Espanha, um dos países com melhor desempenho na região, foi alimentado pelo dinamismo das exportações e pelo sólido consumo das famílias. Na França, a produção cresceu graças ao comércio internacional e à recuperação dos investimentos empresariais.
Itália e Portugal registraram um crescimento modesto de 0,2% e 0,1%, respectivamente.
No conjunto da UE, o crescimento também manteve o ritmo de 0,3% alcançado no início do ano no segundo trimestre.
Na quarta-feira, o Eurostat planeja publicar os números da inflação de julho na zona do euro. Em junho, caiu ligeiramente para 2,5% na comparação interanual.
Os especialistas também estão preocupados com a escassez de mão de obra, com a taxa de desemprego em seu mínimo histórico: 6,4% da população ativa na zona do euro.