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Ebola sofreu menos mutações que esperado, diz estudo

O vírus não está mudando tão rapidamente quanto os cientistas temiam, uma boa notícia para o tratamento e para evitar a propagação


	Médico em unidade de tratamento contra o ebola em Monróvia, Libéria
 (Evan Schneider/AFP)

Médico em unidade de tratamento contra o ebola em Monróvia, Libéria (Evan Schneider/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 22h21.

O vírus ebola não está mudando tão rapidamente quanto os cientistas temiam, uma boa notícia para o tratamento da doença e para se evitar sua propagação - é o que mostra estudo divulgado nesta quinta-feira.

Pesquisas anteriores baseadas em dados limitados havia sugerido que o ebola estava fazendo mutações duas vezes mais rápido que no passado, disseram pesquisadores em artigo publicado na revista Science.

Mas os cientistas que sequenciaram quatro amostras do vírus ebola coletadas no Mali entre outubro e novembro não encontraram alterações genéticas significativas em comparação às amostras colhidas no início da epidemia, em março de 2014.

"O vírus do ebola do atual surto na África Ocidental parece ser estável - ou seja, não parece sofrer mutação mais rapidamente do que os vírus em surtos anteriores de ebola, e isso é reconfortante", explicou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID).

Testes de diagnóstico de ebola, anticorpos e vacinas experimentais se baseiam na composição genética do vírus em um determinado momento. Se ocorrer muita variação genética, o diagnóstico de formas novas e mutantes pode não ser possível e vacinas e anticorpos poderiam se tornar ineficaz.

Mutações também poderiam potencialmente levar a sintomas mais graves ou a um vírus que se espalhe mais facilmente, disseram os cientistas.

Em agosto, virologistas que estudavam 99 genomas virais de pacientes em Serra Leoa encontraram um grande número de mutações.

Mas no estudo publicado nesta quinta-feira ficou claro que as amostras de ebola recolhidas no Mali são semelhantes às recolhidas em outro lugar no passado.

Os novos dados "dão ainda mais segurança de que uma estratégia de vacinação deve funcionar", afirmou Jim Kent, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que criou um banco de dados do genoma do vírus ebola.

Mas Kristian Andersen, do Instituto Broad e co-autor do estudo anterior conduzido em Serra Leoa, advertiu que novos tratamentos e vacinas poderiam resultar em mutações de vírus que ajudarão o ebola a ficar mais resistente.

A epidemia de ebola já matou mais de 10.000 pessoas na África Ocidental - de quase 25 mil infectados - desde o início de 2014, principalmente na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné.

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