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Ebola ganha espaço na Libéria; preocupação na RDC

A epidemia de ebola seguia ganhando espaço na Libéria, ao mesmo tempo em que a morte de 13 pessoas na República Democrática do Congo despertava preocupação


	Jovem com suspeita de ebola: epidemia deixou até o momento 1.350 mortos
 (Carl de Souza/AFP)

Jovem com suspeita de ebola: epidemia deixou até o momento 1.350 mortos (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 12h40.

Monróvia - A epidemia de ebola seguia ganhando espaço na Libéria, país mais afetado por este vírus, ao mesmo tempo em que a morte de 13 pessoas por uma febre de origem indeterminada na República Democrática do Congo despertava preocupação.

Pela primeira vez, foram registrados casos de ebola no sudeste da Libéria, perto da fronteira com a Costa do Marfim, informaram nesta sexta-feira várias fontes.

Tratava-se da última região atingida por esta epidemia que está assolando a África Ocidental desde o início do ano, afirmou George Williams, secretário-geral do sindicato dos serviços de saúde do país.

Há "dois mortos em Gbokon-jelee", uma cidade do sudeste que atrai um grande número de comerciantes de ouro de todo o país, e inclusive da Costa do Marfim. O médico responsável da região, George Daouda, confirmou um caso de ebola.

O coordenador da ONU contra o ebola, o doutor David Nabarro, chegou na quinta-feira a este país em plena crise de saúde, em sua primeira etapa de um giro nos quatro países afetados (Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria).

O desafio consiste em poder enfrentar um novo surto "caso seja necessário", explicou na quinta-feira à AFP este epidemiologista britânico a partir de Conakry.

A Libéria é considerada o país menos preparado dos quatro afetados para enfrentar a epidemia, levando-se em conta o número irrisório de médicos com os quais conta: 0,1 para 10.000 habitantes, contra 2,6 em média na África, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Além disso, o único crematório do país está abarrotado com dezenas de corpos recolhidos diariamente, segundo a Cruz Vermelha liberiana.

Esta epidemia sem precedentes desde a descoberta desta doença, em 1976, deixou até o momento 1.350 mortos, segundo o último balanço da OMS de 18 de agosto.

"Os sistemas de saúde dos países afetados tinham problemas antes (da epidemia). Agora estão afundados", afirmou a representante especial do secretário-geral da ONU para a Libéria, Karin Landgren.

Um avião russo com uma equipe de virologistas e um laboratório móvel chegou nesta sexta-feira à capital da Guiné.

Plano de operações por país

A República Democrática do Congo anunciou na noite de quinta-feira a morte de 13 pessoas por uma febre hemorrágica de origem indeterminada na mesma província congolesa do Ecuador (noroeste) onde o vírus do ebola foi descoberto pela primeira vez, em 1976.

Mas a OMS e a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmaram nesta sexta-feira que era muito cedo para falar de uma febre hemorrágica.

"Muitos morreram apresentando sintomas hemorrágicos, mas também há casos graves de malária que criam este tipo de sintomas, ou a febre tifóide", declarou à AFP, sob condição de anonimato, um funcionário da OMS baseado em Kinshasa.

Foram feitas análises e os resultados serão divulgados em sete dias, indicaram as autoridades da RDC.

A OMS trabalha na preparação de um documento de operações para guiar a luta contra a doença.

"Se tratará de um plano de operações por país", explicou de Genebra um porta-voz da organização, Fadela Chaib.

O documento estará pronto "provavelmente na próxima semana" e também abordará as necessidades financeiras, acrescentou.

A Nigéria, o país mais populoso da África, é o menos afetado pelo vírus, com cinco mortos. No entanto, foram registrados novos casos nesta sexta-feira, o que eleva a 14 o número total de casos confirmados.

Um fio de esperança apareceu, no entanto, com a melhora significativa, segundo a OMS, do estado de saúde de um médico e de uma enfermeira que recebem um soro experimental americano, o ZMapp.

Nos Estados Unidos, as duas primeiras pessoas que receberam este soro experimental, um médico e uma missionária da organização beneficente Samaritan's Purse, saíram curados do hospital, onde haviam sido internados depois de serem repatriados.

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