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É cedo para ser otimista, diz presidente sul-coreano sobre Norte

Moon Jae-in é cauteloso a respeito da oferta da Coreia do Norte de iniciar uma conversa sobre sua desnuclearização

"Estamos apenas na linha de largada e é muito cedo para ser otimista", declarou Moon (John Sibley/Reuters)

"Estamos apenas na linha de largada e é muito cedo para ser otimista", declarou Moon (John Sibley/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de março de 2018 às 09h42.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, mostrou-se cauteloso nesta quarta-feira (7) a respeito da oferta da Coreia do Norte de iniciar uma conversa com os Estados Unidos sobre sua desnuclearização, considerando que é "muito cedo para ser otimista".

Já o presidente americano, Donald Trump, afirmou que é positiva e aparentemente sincera a declaração de Pyongyang - anunciada por Seul - de que está disposta a negociar com Washington e de que não precisaria das armas nucleares, se sua segurança estiver garantida.

O anúncio aconteceu após meses de tensão, com trocas de ameaças e insultos pessoais entre o presidente Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un. Os Jogos Olímpicos de Inverno organizados na Coreia do Sul mudaram, porém, o tom das declarações.

Moon e Kim devem comparecer a uma reunião no lado sul da Zona Desmilitarizada (DMZ) em abril, anunciou o governo de Seul após o retorno de uma delegação de enviados a uma visita histórica a Pyongyang.

Kim disse que o Norte interromperia os testes nucleares e de mísseis durante o diálogo.

"Estamos apenas na linha de largada e é muito cedo para ser otimista", declarou Moon a líderes políticos nesta quarta-feira.

"As negociações intercoreanas não serão suficientes para alcançar a paz", destacou, enfatizando a importância de uma cooperação estreita de Seul com Washington.

Também afirmou que as sanções não serão retiradas e a pressão não vai diminuir exclusivamente como consequência do diálogo intercoreano.

Esta será a terceira reunião de cúpula entre os dirigentes dos dois países desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953). As anteriores aconteceram em 2000 e em 2007.

Moon negou as acusações de que teria oferecido contrapartidas secretas à Coreia do Norte para convencer o país a comparecer à mesa de negociações.

"Não houve acordo secreto de nenhum tipo com o Norte", disse Moon, segundo o porta-voz do pequeno partido de oposição Bareunmirae.

"Não existirá presente para o Norte", completou.

Trump se mostrou satisfeito com as notícias e afirmou que a mudança foi possível graças à "forte pressão" de Washington com as sanções e à "ajuda" da China.

"Avançamos muito com a Coreia do Norte, pelo menos no nível retórico", disse Trump.

Ele indicou, contudo, que a ameaça de uma ação militar permanece, caso as negociações não registrem avanços.

O Ministério chinês das Relações Exteriores elogiou o "resultado positivo" do encontro em Pyongyang e pediu que as duas partes "aproveitem a oportunidade" para promover a desnuclearização da península.

O governo japonês afirmou que não pretende mudar a política de máxima pressão sobre o Norte por seu programa nuclear e de mísseis.

A imprensa sul-coreana se mostrou dividida sobre a oferta de Pyongyang. Alguns jornais viram pontos positivos, mas destacaram a necessidade de saber se o Norte está realmente disposto a negociar seu arsenal nuclear.

A imprensa estatal norte-coreana não fez qualquer menção à notícia nesta quarta-feira.

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