Rodrigo Duterte: o presidente também intensificou a luta contra o grupo islamita filipino Abu Sayyaf ( REUTERS/Lean Daval Jr)
EFE
Publicado em 14 de novembro de 2016 às 12h22.
Manila - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou nesta segunda-feira que não pretende respeitar os direitos humanos na luta contra os rebeldes islamitas presentes no sul do país nem no combate aos jihadistas da Síria e do Iraque.
"Existe uma rebelião muito grande em Mindanao (sul das Filipinas). Estão sequestrando pessoas praticamente todos os dias", disse Duterte, em discurso feito em Manila durante a comemoração dos 80 anos do Escritório Nacional de Investigação das Filipinas e transmitido pela TV local.
Ele declarou que as Filipinas têm que se preparar para a chegada de jihadistas depois que eles forem expulsos de países como Iraque e Síria.
"Vão a outros lugares e virão para cá (...) Não têm nem ideia do que são os direitos humanos (...) Não vou ficar sentado e permitir que massacrem minha gente em nome dos direitos humanos", disse o presidente.
"Onde estão os direitos humanos na Síria? Onde estão bombardeando crianças e executando todo o mundo? Não vejo direitos humanos lá", afirmou ele, categórico.
Duterte foi muito criticado pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Organização das Nações Unidas (ONU), entre outros, por deixar de lado os direitos humanos na violenta campanha que lançou nas Filipinas contra as drogas quando começou a governar, em 30 de junho, e que causou mais de 4.800 mortes.
O presidente também intensificou a luta contra o grupo islamita filipino Abu Sayyaf, partidário do Estado Islâmico (EI) e que sequestrou dezenas de pessoas este ano. Nos últimos dez dias, o Abu Sayyaf sequestrou seis tripulantes vietnamitas em um cargueiro e um alemão que estava em um iate com sua esposa, da mesma nacionalidade, que morreu ao desafiar os sequestradores.
O Abu Sayyaf foi fundado em 1991 por veteranos da guerra do Afeganistão contra a União Soviética. Desde então, o grupo se destacou pelas ações violentas e pelos sequestros com os quais se financia.