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Durante entrevista, Trump e May se mostram alinhados

A primeira visita oficial do presidente americano, Donald Trump, ao Reino Unido contou com diversos protestos em Londres

May agradeceu o apoio americano no caso de envenenamento do ex-espião russo em março (Kevin Lamarque/Reuters)

May agradeceu o apoio americano no caso de envenenamento do ex-espião russo em março (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de julho de 2018 às 12h07.

Última atualização em 13 de julho de 2018 às 12h11.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, mostraram-se afinados não apenas na questão comercial, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, mas também sobre a necessidade de garantir a segurança das fronteiras.

Trump criticou duramente as leis imigratórias dos EUA e chegou a dizer que "nem as chamaria de leis", mas enfatizou o trabalho de seu governo para endurecer as fronteiras e buscar regras mais duras para controlar o fluxo de pessoas.

Para Trump, a imigração "tem sido muito ruim para a Europa", pelos riscos de entrada de extremistas e pela suposta perda de identidade cultural. May, por sua vez, lembrou que um dos motivos na separação do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, é garantir o controle sobre a imigração. Ela disse que seu país tem orgulho de receber historicamente muitas pessoas, mas que é preciso ordenar esse fluxo.

Além da questão imigratória, May insistiu que o Brexit permitirá que busque acordos comerciais com vários outros países, inclusive com os EUA. Ela citou como um de seus alvos futuros a região do Pacífico, sem especificar nações nesse caso.

Trump ainda agradeceu o apoio da premiê durante a cúpula desta semana da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas, durante a qual ele insistiu por um aumento nos gastos em defesa dos membros da aliança. "Tivemos uma reunião muito produtiva", afirmou, negando que o resultado do encontro tenha sido ruim.

May agradeceu o apoio do governo de Washington no episódio do envenenamento em março de um ex-espião russo na Inglaterra. Londres atribuiu a culpa no episódio ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, e os EUA apoiaram o aliado com a expulsão de diplomatas russos. Agora, Trump deve se reunir com Putin nesta segunda-feira, diálogo que May disse apoiar.

O presidente americano afirmou que não tem grandes expectativas sobre o encontro, mas que poderia haver avanços importantes. Sem entrar em detalhes, comentou que um interesse seria um acordo para a redução de armamentos nucleares. Na pauta com Putin, informou que deve estar temas como a situação na Ucrânia, na Síria, no Oriente Médio em geral e também a questão da proliferação nuclear. "Certamente tratarei do assunto da suposta interferência da Rússia na eleição", comentou.

Trump disse que há concordância com May sobre a necessidade de que o Irã nunca tenha armas nucleares. "Concordamos que é preciso manter a pressão sobre o regime iraniano."

Durante vários momentos, Trump agiu para enfatizar seu apoio a May, após declarações vistas como críticas a ela em uma entrevista a um jornal britânico. O presidente americano disse que aceitará seja qual for a decisão sobre o Brexit e admitiu que a negociação "não é fácil, certamente".

Trump ainda criticou os alemães pelo acordo sobre um gasoduto com a Rússia, qualificando-o como "uma tragédia". Na avaliação dele, desse modo a Alemanha fica vulnerável no futuro, já que muito de sua energia dependeria dos russos. May disse que trata do assunto no âmbito da UE, que o Reino Unido ainda integra até março próximo, lembrou, ressaltando em mais de um momento que depois disso o país já estará separado do bloco.

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