Colômbia: manifestantes criticam as medidas econômicas e sociais do governo Duque (Carlos Jasso/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de novembro de 2019 às 12h06.
Última atualização em 26 de novembro de 2019 às 12h13.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, convocou para terça-feira uma reunião com o líderes dos protestos contra seu governo, que nesta segunda (25) completam cinco dias nas ruas do país.
"Amanhã, o presidente se reunirá com representantes da greve nacional", disse a ministra do Trabalho, Alicia Arango, à imprensa na Casa de Nariño, sede do governo.
A reunião com o Comitê Nacional da Greve, que reúne sindicatos, estudantes e partidos da oposição, será realizada no âmbito do "diálogo social" convocado pelo chefe de Estado em resposta às manifestações contra suas políticas sociais, econômicas e de segurança.
Arango disse que, após esse encontro, haverá "uma reunião prolongada em que outros setores da sociedade serão convidados a compartilhar suas preocupações", e na qual o governo espera que participem os líderes da greve nacional de 21 de novembro.
Pressionado pelas mobilizações e com uma popularidade em baixa, Duque convocou na sexta-feira passada um "diálogo nacional" com "todos os setores políticos e sociais" para discutir "reformas" em sua política social.
"A impaciência cidadã é grande, as queixas são grandes (...), mas também é muito importante entender que os governos não podem fazer promessas ou têm varinhas mágicas para produzir soluções milagrosas e imediatas", disse Duque mais cedo.
Diógenes Orjuela, presidente da Central Única dos Trabalhadores, um dos sindicatos mais poderosos da Colômbia, não participou da reunião por considerar insuficiente o tempo previsto pelo governo para a duração do encontro, de "uma hora".
"Nós vamos apenas para uma reunião convocada expressamente para que o grupo das organizações da greve possa expor ao senhor presidente da República todos os seus pontos de vista".
A CUT e o sindicato dos professores públicos lideraram uma "grande passeata" nesta segunda-feira, por ocasião do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher.
Milhares foram às ruas em várias cidades. Em Bogotá e em Medellin, as mulheres caminharam por avenidas emblemáticas vestidas com roupas roxas contra o feminicídio e reivindicando seus direitos.
Apesar de essencialmente pacíficos, os protestos já deixaram quatro mortos, cerca de 500 feridos - entre civis, policiais e militares - e 172 detidos.
O último óbito ocorreu nesta segunda-feira, de um jovem ferido por policiais no sábado em meio aos protestos.
O anúncio da morte provocou 'panelaços' e protestos em diferentes pontos de Bogotá, e convocações para mais manifestações, nesta terça-feira.
Duque lamentou "profundamente a morte do jovem Dilan Cruz" no hospital.