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Duas coalizões se enfrentam na crise egípcia

A FSN reúne formações e personalidades principalmente liberais, laicas e de esquerda

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 15h34.

Cairo - Duas coalizões rivais convocaram manifestações para esta terça-feira no Egito, uma islamita, que apoia o referendo constitucional previsto para sábado, e outra liberal e de esquerda, que exige a anulação da consulta eleitoral, em meio à pior crise política no Egito desde a eleição à presidência de Mohamed Mursi.

A Frente de Salvação Nacional (FSN)

Mohamed ElBaradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), preside a FSN, formada algumas horas depois de Mursi ter se autoconcedido poderes excepcionais no dia 22 de novembro. Outras de suas principais figuras são Amr Moussa, ex-secretário-geral da Liga Árabe, e Hamdim Sabahi, que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial de maio e junho, com 4,8 milhões de votos.

A FSN reúne formações e personalidades principalmente liberais, laicas e de esquerda.

Faz parte dela, entre outros, o Novo Wafd, criado em 1978, inspirado no Wafd, fundado no início do século XX e que foi durante muito tempo o principal partido nacionalista do país.

A FSD também é composta pelo Movimento de Jovens do 6 de Abril, batizada em homenagem a um levante de operários no Delta do Nilo em 2008.

A Coalizão de Forças Islamitas

O bloco islamita é dominado pela Irmandade Muçulmana, fundada em 1928.

Obrigada a atuar na clandestinidade por muito tempo, a Irmandade conta com uma rede de centenas de milhares de militantes, segundo especialistas.

A coalizão também inclui partidos salafistas, como o Al-Nur, o Al-Asala e o Al-Islah.

A Gamaa Ismaiya, que, junto com a Jihad Islâmica, praticou atentados nos anos 1990 durante o regime de Hosni Mubarak, antes de renunciar ao uso da violência, também faz parte da coalizão.

O Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, conquistou a metade dos assentos nas últimas eleições legislativas e os salafistas ficaram com cerca de um quarto.

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