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"Dreamers" das Forças Armadas dos EUA não serão deportados

Secretário de Defesa, James Mattis, afirmou que o governo americano chegou a um acordo para evitar a deportação dos jovens imigrantes irregulares

James Mattis: "qualquer um que estiver alistado, no serviço ativo, na reserva ou que tiver se formado com honras não será alvo de nenhum tipo de deportação" (Jonathan Ernst/Reuters)

James Mattis: "qualquer um que estiver alistado, no serviço ativo, na reserva ou que tiver se formado com honras não será alvo de nenhum tipo de deportação" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 06h40.

Washington - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou nesta quinta-feira que seu departamento e o de Segurança Nacional chegaram a um acordo para evitar a deportação dos 'dreamers' (sonhadores, em português), os jovens imigrantes irregulares que chegaram ao país quando crianças, que atualmente fazem parte das Forças Armadas.

O secretário informou a um grupo de jornalistas presentes no Pentágono que hoje falou com sua colega no Departamento de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, para confirmar que "nenhum militar da ativa corre perigo" de deportação.

"Qualquer um que estiver alistado, no serviço ativo, na reserva ou que tiver se formado com honras não será alvo de nenhum tipo de deportação", esclareceu o general reformado, que, no entanto, não quis entrar em detalhes sobre qual será o caminho que eles deverão tomar para permanecerem no país, pois afirmou que não é "especialista" em temas migratórios.

Mattis fez esse comentário depois que a porta-voz do Departamento de Defesa, Dana White, declarou em entrevista coletiva que o Pentágono está avaliando "várias opções", mas que "é uma decisão que está nas mãos do Departamento de Justiça".

De acordo com os últimos dados oficiais, cerca de 690 mil 'dreamers' são beneficiários atualmente do programa DACA (Ação Diferida para os Chegados na Infância, na sigla em inglês), dos quais cerca de 900 servem atualmente nas Forças Armadas, segundo dados do Pentágono.

Foi o presidente Donald Trump quem colocou a situação dos 'dreamers' em risco quando anunciou no dia 5 de setembro o fim deste programa, que foi impulsionado em 2012 por seu antecessor, Barack Obama, e pediu que o Congresso encontrasse uma solução permanente antes que o programa expire em 5 de março.

No entanto, nos últimos meses, os beneficiários deste programa se transformaram em uma moeda de troca entre democratas e republicanos nas negociações para aprovar o orçamento federal, que, se não obtiver a aprovação do Congresso antes da meia-noite (horário em Washington), poderia provocar a paralisação parcial do governo.

Várias vozes ao longo de todo o país vinham exigindo nos últimos meses uma solução, sobretudo, para os 'dreamers' que tinham servido no exército.

"Neste momento, em termos da situação do DACA, em outras palavras, sobre como afeta nossos meninos no serviço ativo, é preciso esclarecer que eles não correm perigo", garantiu Mattis.

O secretário explicou que só existirão duas exceções pelas quais um 'dreamer' das Forças Armadas poderia ser expulso do país: se pesarem sobre ele acusações criminais "sérias" e se um juiz federal ditar uma ordem de deportação e, neste caso, o Pentágono "respeitará" a decisão judicial.

"Essas duas situações poderiam colocá-los em risco, mas igual a qualquer outro cidadão", opinou o chefe do Pentágono, que, além disso, esclareceu que no caso de crimes menores a deportação "não estaria contemplada".

Em todo caso, Mattis assinalou que os soldados devem estar tranquilos, pois ele não tem conhecimento de casos que estejam enquadrados nessas duas condições.

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