Mundo

Drama de sobrevivente israelense após atentado na Bulgária

Izhak Shriky e sua esposa Kochava, de cerca de 40 anos, originários de Rishion Lezion, quarta maior cidade de Israel, chegaram na tarde de quarta-feira em Burgas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 15h36.

Burgas - "Procuro a minha esposa, não sei está viva ou morta", diz, diante da porta da emergência do hospital de Burgas, Shriky Izhak, que sobreviveu ao atentado de quarta-feira no aeroporto desta cidade do leste da Bulgária, virando o rosto para esconder as lágrimas.

Izhak Shriky e sua esposa Kochava, de cerca de 40 anos, originários de Rishion Lezion, quarta maior cidade de Israel, chegaram na tarde de quarta-feira em Burgas em um voo de Tel Aviv.

Depois de desembarcarem do avião, entraram no ônibus que os levaria a um resort ao norte de Burgas, quando houve a explosão do veículo.

Cinco turistas israelenses morreram instantaneamente neste ataque suicida, além do homem-bomba. O motorista do ônibus morreu já no hospital, elevando o registro de vítimas para seis mortos.

"Nós estávamos no ônibus no momento da explosão. Eu devo ter desmaiado e caído no chão. Quando acordei havia muita fumaça preta, poeira ... em todos os lugares", contou Izhak Shriky. "Levantei-me e me disse que precisava ir para a porta da frente e sair", continuou.

Depois de sair do ônibus percebeu que sua esposa não estava ao seu lado. "Eu não consegui encontrá-la. Tentei voltar para o ônibus... Mas tinha poeira por todos os lados e a polícia não me deixava chegar perto", relatou.

"Disseram que todos foram trazidos para cá e eu vim para buscá-la", explicou, olhando ao redor.

Nesta manhã as equipes das ambulâncias preparavam o transporte de todos os israelenses feridos para o aeroporto para que fossem repatriados ainda nesta quinta-feira. São 28 no total, incluindo três pessoas gravemente feridas, de acordo com declarações oficiais dos governos búlgaro e israelense.


Adolescentes ensanguentados e com curativos, e uma mulher grávida foram colocados com suas cadeiras de rodas dentro das ambulâncias. Outros, com ferimentos mais leves -homens, mulheres, uma criança de 7 ou 8 anos- entraram mancando por conta própria nos veículos, constatou um jornalista da AFP.

A polícia protegia os sobreviventes dos jornalistas. "Por favor, nos deixem em paz", sussurrou uma jovem de cerca de vinte anos ao entrar no ônibus para o aeroporto com outros dois jovens de sua idade.

A maioria dos feridos sofreu queimaduras ou ferimentos no abdome e nos braços e pernas. Muitos tiveram os tímpanos perfurados, indicaram os médicos do hospital à AFP.

No aeroporto, onde ocorreu o ataque, localizado a 10 km ao norte do centro da cidade de Burgas, um grande esquema de segurança foi montado.

A carcaça do ônibus atacado no dia anterior ainda está no mesmo lugar, assim como os outros dois veículos que pegaram fogo após a bomba explodir às 17h00 locais (11h00 no horário de Brasília).

Nos últimos anos, a região litorânea búlgara do Mar Negro tornou-se um destino popular de turismo entre turistas israelenses. Os dois países mantêm excelentes relações.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Bulgária foi o único aliado da Alemanha que salvou os seus judeus dos campos de concentração nazistas, o que é lembrado regularmente durante contatos bilaterais com Israel.

Cerca de 5.000 israelenses vivem na Bulgária e cerca de 140.000 turistas israelenses vieram para este país em 2011.

Acompanhe tudo sobre:IsraelMortesTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história