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Doutrina militar russa aponta a Otan como ameaça fundamental

A divulgação desta doutrina russa acontece pouco depois de uma simbólica votação no parlamento ucraniano sobre deixar o status de país não alinhado


	O premiê Dmitri Medvedev: Moscou condenou claramente a decisão do parlamento ucraniano
 (Dmitry Astakhov/AFP)

O premiê Dmitri Medvedev: Moscou condenou claramente a decisão do parlamento ucraniano (Dmitry Astakhov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2014 às 14h10.

O Kremlin publicou nesta sexta-feira a nova versão da doutrina militar da Rússia, aprovada pelo presidente Vladimir Putin e que aponta a Otan como uma ameaça fundamental para a segurança do país.

A doutrina russa mostra preocupação pelo "reforço das capacidades ofensivas da Otan diretamente nas fronteiras russas, e as medidas tomadas para posicionar um sistema global de defesa antimíssil na Europa oriental".

A divulgação desta doutrina russa acontece pouco depois de uma simbólica votação no parlamento ucraniano sobre deixar o status de país não alinhado, uma decisão que permite à Ucrânia pedir a adesão à Otan.

Moscou condenou claramente a decisão do parlamento ucraniano.

"De fato, é um pedido de adesão à Otan, o que transforma a Ucrânia em um adversário militar potencial da Rússia", declarou na segunda-feira o primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev.

Além disso, a Rússia denunciou várias vezes a decisão da Aliança de posicionar tropas em vários países membros que fazem fronteira com a Rússia, como é o caso dos países bálticos ou a Polônia.

No entanto, o caráter defensivo da doutrina militar russa é conservado, e destaca que uma intervenção militar da Rússia estaria condicionada ao fato de todas as soluções não violentas terem sido esgotadas.

Mas também indica que a "probabilidade de uma guerra de envergadura contra a Rússia diminuiu".

A Rússia se reserva, no entanto, o direito de utilizar seu arsenal nuclear em caso de uma agressão contra seu território ou de seus aliados ou em caso de "ameaça para a existência do Estado russo".

Em compensação, o termo "ataque preventivo" não aparece no texto, ao contrário do que afirmaram certos meios russos.

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