Donald Trump no SuperBowl (Kevin Mazur/Getty Images for Roc Nation/Getty Images)
Repórter
Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 21h22.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2025 às 21h24.
O presidente Donald Trump se tornou, neste domingo, 9, o primeiro chefe de Estado dos Estados Unidos em exercício a comparecer a um Super Bowl.
O republicano assiste hoje a final entre o Kansas City Chiefs e o Philadelphia Eagles diretamente de um camarote no Caesars Superdome, em Nova Orleans, acompanhado da filha, Ivanka Trump.
A presença de Trump ocorre em um momento de mudanças na postura da National Football League (NFL), que recentemente retirou dos campos os slogans "End Racism", adotados desde 2021.
A decisão acontece semanas após o presidente determinar o fim de programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) no governo federal. Embora críticos apontem uma possível relação entre as medidas, o comissário da liga, Roger Goodell, negou influência direta e afirmou que as políticas de diversidade da NFL seguem independentes das ações governamentais.
A relação de Trump com a principal liga de futebol americano dos EUA tem sido marcada por momentos de proximidade e conflito.
Durante sua juventude, o presidente jogou no time de futebol americano da New York Military Academy e, nos anos 1980, foi dono do New Jersey Generals, equipe da extinta United States Football League (USFL). O empresário tentou forçar uma fusão entre a USFL e a NFL, sem sucesso.
Já na Casa Branca, Trump entrou em choque com a liga ao criticar duramente jogadores que se ajoelhavam durante o hino nacional em protesto contra a desigualdade racial – movimento iniciado pelo ex-quarterback do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, em 2016.
À época, Trump chegou a sugerir que donos de equipes deveriam demitir atletas que não permanecessem de pé durante a execução do hino.
Em contrapartida, alguns proprietários de times da NFL foram doadores de suas campanhas políticas. O republicano também mantém laços com ex-jogadores como Herschel Walker e Doug Flutie, sendo que Walker, apoiado por Trump, concorreu sem sucesso ao Senado em 2022.
Além do embate com a NFL, Trump tem influenciado debates mais amplos sobre o esporte nos EUA. Na última semana, ele assinou uma ordem que restringe a participação de mulheres trans em competições femininas, vinculando o financiamento federal de escolas ao cumprimento da regra.
Em um comunicado antes do Super Bowl, o presidente mencionou a importância de "restaurar a segurança e a equidade nos esportes".
A presença de Trump no evento também gerou repercussão entre especialistas. Para Alvin Tillery, professor de política e diversidade na Northwestern University, em entrevista à APNews a retirada do slogan "acabe com o racismo" pela NFL pode ter sido uma resposta à presença do presidente.
A liga, por sua vez, justificou a mudança afirmando que, neste ano, escolheu destacar a mensagem "Escolha Amor", como forma de promover união após recentes tragédias no país, incluindo um ataque terrorista ocorrido no French Quarter, em Nova Orleans, no dia 1º de janeiro.
Enquanto as polêmicas seguem nos bastidores, dentro de campo Trump já havia escolhido seu favorito. Em entrevista à Fox News, ele apostou no Kansas City Chiefs, citando o quarterback Patrick Mahomes como o grande diferencial da equipe. "Quando um quarterback vence tanto quanto ele, preciso escolher o Kansas", disse.tamires