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Documento de Trump destaca interferência global da Rússia

O documento reflete uma visão mantida há tempos por diplomatas americanos de que a Rússia prejudica ativamente interesses dos EUA internacionalmente

Putin: o documento não chegou a citar diretamente o que a inteligência dos EUA diz ter sido interferência russa na eleição presidencial (Lehtikuva/Martti Kainulainen/Reuters)

Putin: o documento não chegou a citar diretamente o que a inteligência dos EUA diz ter sido interferência russa na eleição presidencial (Lehtikuva/Martti Kainulainen/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 18h59.

Washington - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nesta segunda-feira que a Rússia interfere em questões políticas internas de países globalmente, em uma análise sobre Moscou como um rival, apesar da própria tentativa de Trump de relações mais amistosas com o presidente Vladimir Putin.

A crítica à Rússia, feita em uma nova estratégia de segurança nacional formada a partir da visão de política externa de Trump de "América Primeiro", reflete uma visão mantida há tempos por diplomatas norte-americanos de que a Rússia prejudica ativamente interesses dos EUA nacional e internacionalmente.

"Através de formas modernizadas de táticas subversivas, a Rússia interfere nas questões políticas internas de países ao redor do mundo", informou o documento.

O documento não chegou a citar diretamente o que a inteligência dos EUA diz ter sido interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016.

"A Rússia usa operações de informações como parte de seus esforços cibernéticos ofensivos para influenciar opinião pública ao redor do globo. Suas campanhas de influência misturam operações de inteligência secretas e pessoas online falsas com mídia financiada pelo Estado, intermediários terceirizados e usuários pagos nas redes sociais ou 'trolls'", informou o documento.

Trump tem falado frequentemente sobre seu desejo de uma relação melhorada com Putin, mesmo que a Rússia tenha frustrado ambições dos EUA na Síria e na Ucrânia e tenha feito pouco para ajudar Washington em seu impasse com a Coreia do Norte.

Uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA está analisando se assessores da campanha de Trump conspiraram com a Rússia, algo que Moscou e Trump negam.

Na segunda ligação de tal tipo em menos de uma semana, Putin conversou com Trump no domingo para parabenizá-lo por fornecer inteligência dos EUA que ajudou a frustrar um ataque a bomba na cidade russa de São Petersburgo. Na quinta-feira, Putin e Trump discutiram a crise norte-coreana.

O Congresso exige que cada governo dos EUA estabeleça sua estratégia de segurança nacional. A nova estratégia de Trump é fortemente influenciada pelos pensamentos das principais autoridades seniores de segurança nacional, ao invés do presidente em si, disse uma autoridade envolvida na preparação do documento.

Tópicos de argumentação enviados para embaixadas dos EUA ao redor do mundo sobre o que diplomatas devem dizer sobre a nova estratégia deixam claro que a posição oficial dos EUA é firme em relação à Rússia.

Um memorando do Departamento de Estado, visto pela Reuters, dizia: "A Rússia tenta enfraquecer a credibilidade do compromisso da América com a Europa. Com suas invasões à Geórgia e Ucrânia, a Rússia demonstrou uma disposição de usar força para desafiar a soberania de Estados na região".

Harry Kazianis, um analista da entidade conservadora Centro para o Interesse Nacional, disse: "Embora as coisas com Moscou possam ser boas no momento, o presidente Putin não levará muito gentilmente ser rotulado como o que essencialmente significa ser o inimigo da América".

A estratégia do presidente republicano reflete suas prioridades de "América Primeiro" de proteger solo norte-americano e fronteiras, reconstruir as forças militares, projetar força no exterior e buscar políticas comerciais mais favoráveis aos EUA, de acordo com trechos disponibilizados pela Casa Branca.

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