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Doações de ajuda emergencial ao Líbano podem chegar a US$ 298 milhões

Dinheiro deve ser direcionado para saúde, educação, alimentação e habitação, após explosão em porto de Beirute deixar mais de 150 mortos

Beirute: região portuária fica devastada, após explosão (Mohamed Azakir/Reuters)

Beirute: região portuária fica devastada, após explosão (Mohamed Azakir/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de agosto de 2020 às 21h54.

Doadores internacionais prometeram um total de 252,7 milhões de euros (US$ 298 milhões) em ajuda emergencial durante a videoconferência com líderes globais para apoio a Beirute. A presidência francesa, que co-organizou o evento, disse que o montante inclui 30 milhões de euros da França. Os doadores prometeram fornecer ajuda de emergência - com foco em saúde, educação, alimentação e habitação. Explosão na região portuária de Beirute matou mais de 150 pessoas e espalhou destruição por quilômetros na última terça-feira (4).

O presidente da França, Emmanuel Macron, que foi o primeiro líder estrangeiro a visitar o Líbano após a explosão devastadora em Beirute, co-organizou a conferência com a Organização das Nações Unidas neste domingo. Líderes internacionais, funcionários do governo e organizações internacionais participaram, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

A chefe do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, disse querer uma auditoria do banco nacional antes de entregar qualquer dinheiro e defendeu reformas no país. "As gerações atuais e futuras de libaneses não devem ser sobrecarregadas com mais dívidas do que elas podem pagar", disse Georgieva, durante a conferência. "O compromisso com essas reformas vai desbloquear bilhões de dólares para o benefício do povo libanês."

No curto prazo, a ajuda que chega ao Líbano é puramente para fins humanitários emergenciais e relativamente fácil de monitorar. EUA, França, Reino Unido, Canadá e Austrália, entre outros, deixaram claro que os recursos vão diretamente para grupos de ajuda local de confiança, como a Cruz Vermelha Libanesa ou agências das Nações Unidas. "Nossa ajuda absolutamente não está indo para o governo. Nossa ajuda vai para o povo do Líbano", disse John Barsa, da USAID.

Mas a reconstrução requer importações maciças de suprimentos e equipamentos. Contratos e subcontratos deram à elite governante do Líbano sua riqueza, enquanto deixaram o país com estradas em ruínas, eletricidade com cortes regulares, lixo que se amontoa nas ruas e abastecimento de água intermitente. O Líbano tem uma dívida acumulada de cerca de US$ 100 bilhões, para uma população de pouco menos de 7 milhões de pessoas - 5 milhões de libaneses e 2 milhões de sírios e palestinos, a maioria refugiados

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