Mundo

Trípoli sofre novos bombardeios; rebeldes avançam lentamente até Brega

Na manhã de domingo, nas montanhas de Gualish e no vale de Bir Ayad, houve troca de disparos de foguetes

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 07h35.

Benghazi - Uma série de fortes explosões ecoaram na noite deste sábado em Trípoli, capital do regime de Muamar Kadhafi e alvo dos bombardeios da Otan, enquanto no leste da Líbia os rebeldes avançavam lentamente até a cidade petroleira de Brega.

Uma série de fortes explosões foram ouvidas na noite passada na capital, depois que a Otan anunciou ter destruído três radares, um lança-mísseis e um depósito militar nos arredores de Trípoli, além de seis veículos militares e dois lança-foguetes em Brega.

A televisão pública líbia anunciou que os ataques deixaram vítimas em instalações civis e militares em Ain Zara, leste de Trípoli e em Tayura, no grande subúrbio a leste da capital.

No oeste a situação continua relativamente tranquila e os rebeldes consolidam suas posições depois dos importantes avanços dos últimos dias.

Na manhã de domingo nas montanhas de Gualish, cerca de 100 quilômetros ao sul de Trípoli, e no vale vizinho de Bir Ayad, houve troca de disparos de foguetes.

Por outro lado, os insurgentes anunciaram que estão avançando em direção a Brega, após as ofensivas de quinta e sexta-feira, por norte, sul e oeste da cidade, onde cerca de 3 mil soldados das forças leais de Kadhafi estão entrincheirados.

Os rebeldes afirmaram que tiveram que diminuir o ritmo por causa das armadilhas com produtos inflamáveis nos arredores do importante centro petroquímico de Brega, e temem por eventuais sabotagens das instalações petroleiras. No entanto, os rebeldes afirmam que já há confrontos diretos na cidade.

Além de poder abastecer os rebeldes de combustíveis, a instalação situada na ponta sudeste do Golfo de Sirta permitiria aos insurgentes, no caso de ocupá-la em boas condições, melhorar sua situação financeira exportando petróleo.

O grupo de contato, reunido na quinta-feira em Istambul, reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT) como a representação política da rebelião como "autoridade governamental legítima" na Líbia, permitindo assim que ela estabeleça relações econômicas com outros países.

No momento em que praticamente nenhum barril de petróleo sai da Líbia, o coronel Kadhafi advertiu os rebeldes no sábado: "O povo líbio está disposto a morrer para defender seu petróleo e nunca deixará esta riqueza nas mãos de traidores submetidos à Otan".

Assim, o dirigente líbio, que nos últimos dias tem enviado mais mensagens divulgadas por alto-falantes durante manifestações de seus partidários nas cidades para onde avançam os rebeldes, jurou mais uma vez que "jamais" vai abandonar a terra de seus "antepassados".

"Pedem para que eu saia da Líbia, é uma bobagem. Não vou abandonar a terra dos meus antepassados, nem meu povo que tem se sacrificado por mim", exclamou Kadhafi num discurso transmitido na noite de sábado em Zawiyah, a 50 quilômetros a oeste de Trípoli.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCrise políticaDitaduraLíbia

Mais de Mundo

França utiliza todos os recursos para bloquear acordo UE-Mercosul, diz ministro

Por que a economia da Índia se mantém firme em meio a riscos globais?

Banco Central da Argentina coloca cédula de 20 mil pesos em circulação

Brasil é vice-lider em competitividade digital na América Latina, mas está entre os 11 piores