Agência de Notícias
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 21h03.
No final do segundo trimestre deste ano, a Argentina registrou uma dívida externa bruta recorde de US$ 305,043 bilhões, o que significa que o estoque da dívida aumentou US$ 23,783 bilhões em relação ao trimestre anterior, informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nesta segunda-feira.
De acordo com um relatório do Indec, a alta aconteceu principalmente devido ao crescimento do endividamento do governo em US$ 18,48 bilhões, como consequência dos empréstimos recebidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros órgãos multilaterais de crédito.
O endividamento das empresas não financeiras e das famílias aumentou durante o segundo trimestre US$ 2,435 bilhões, enquanto a dívida do banco central cresceu US$ 2,380 bilhões e a das instituições captadoras de depósitos US$ 559 milhões.
De acordo com dados oficiais, no segundo trimestre, o estoque da dívida externa bruta total com títulos de dívida a valor nominal aumentou US$ 18,162 bilhões em relação ao mesmo período de 2024.
O nível de endividamento bruto a valor nominal registrado no final de junho é o mais alto nas séries históricas do Indec, iniciadas em 1994.
Desde o início do governo do presidente Javier Milei, em dezembro de 2023, a dívida externa bruta da Argentina em valor nominal cresceu US$ 19,092 bilhões.
Já o estoque da dívida externa bruta total da Argentina, mas medido pelo valor de mercado, subiu no final do segundo trimestre deste ano para US$ 284,905 bilhões, o que implicou um aumento de US$ 24,669 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2025.
Em termos interanuais, a dívida a valor de mercado aumentou US$ 36,527 bilhões desde os US$ 248,378 bilhões contabilizados no final do segundo trimestre de 2024.
A dívida do governo é composta por US$ 96,763 bilhões em empréstimos e US$ 70,799 bilhões em títulos de dívida pelo valor nominal, mas cujo valor de mercado é de US$ 50,423 bilhões, o que evidencia a menor valorização de mercado dos títulos soberanos argentinos.
A dívida com o FMI subiu, no final do segundo trimestre, para US$ 55,17 bilhões, com um aumento de US$ 13,994 bilhões em relação ao trimestre anterior, como consequência dos empréstimos que órgão concedeu à Argentina em abril, após a assinatura de um novo acordo de facilidades ampliadas.
No total, a dívida com órgãos internacionais aumentou no segundo trimestre em US$ 16,014 bilhões, e o endividamento com credores privados cresceu em US$ 2,424 bilhões.