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Distúrbios na Ucrânia têm ao menos 25 mortes em 24 horas

Pelo menos 114 pessoas foram hospitalizadas, segundo o Ministério da Saúde


	Manifestantes e agentes da polícia entram em confronto na Praça da Independência, em Kiev, na Ucrânia: milhares de manifestantes ainda resistem às investidas do batalhão de choque
 (REUTERS/Vasily Fedosenko)

Manifestantes e agentes da polícia entram em confronto na Praça da Independência, em Kiev, na Ucrânia: milhares de manifestantes ainda resistem às investidas do batalhão de choque (REUTERS/Vasily Fedosenko)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 06h30.

Kiev - Pelo menos 25 pessoas, entre elas nove policiais, morreram nas últimas 24 horas nos violentos distúrbios que continuam em Kiev, a capital da Ucrânia, segundo informações atualizadas nesta quarta-feira pelos ministérios de Interior e Saúde do país.

"Morreram 25 pessoas: oito depois que foram internadas em clínicas municipais, quatro no hospital do Ministério do Interior e outros 13 foram trazidos ao serviço médico legal de Kiev", afirmou o último comunicado do Ministério da Saúde.

O Ministério do Interior, por sua vez, divulgou que 349 agentes foram hospitalizados, 74 deles com ferimentos de arma de fogo.

Os enfrentamentos entre os manifestantes e o batalhão de choque da polícia continuaram durante toda a noite, com a Praça da Independência (conhecida como o Maidan) cercada pela polícia, e mais pessoas teriam morrido durante a madrugada, segundo informações que não foram confirmadas por fontes oficiais.

Alguns corpos teriam sido levados ao mosteiro Mikhailovsky, próximo da Praça da Independência, o coração dos grandes protestos populares que começaram há três meses contra o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, após sua recusa em assinar o Acordo de Associação com a União Europeia.

Pelo menos 114 pessoas foram hospitalizadas, segundo o Ministério da Saúde, enquanto outras fontes calculam que o total de feridos nos distúrbios ultrapassam as centenas.

A sociedade médica "Medichna Varta" informou sobre a morte por disparo de arma de fogo do jornalista Vyacheslav Veremei, redator do jornal local "Vesti", que foi atacado durante a madrugada por radicais quando voltava do trabalho em um táxi junto com outro colega.


Veremei morreu na ambulância, enquanto seu colega foi internado em um hospital com vários traumatismos.

Milhares de manifestantes ainda resistem na Praça da Independência às investidas do batalhão de choque, os "Berkut", e das tropas do Ministério do Interior, que começaram a remoção forçada dos opositores ontem à noite.

Barricadas e barracas foram incendiadas e uma parede de fogo serviu como barreira para separar, durante toda a noite, os policiais dos opositores.

Os manifestantes alimentam o fogo com pneus e resistem às forças de segurança atirando pedras, bombas caseiras, coquetéis molotov e morteiros, enquanto a polícia responde com bombas de efeito moral e tenta apagar o fogo com caminhões com jatos d"água.

O batalhão de choque avançou em duas direções, desde a última hora de ontem, rumo à praça e deixaram espaços em outras duas para permitir que os manifestantes abandonem o local.

A violência no centro de Kiev, com dezenas de feridos por arma de fogo dos dois lados, começou na manhã de ontem durante a marcha de milhares de manifestantes em direção à Rada Suprema (Parlamento ucraniano), logo depois da entrada em vigor da anistia para todos os detidos nos protestos dos últimos três meses.

Os enfrentamentos começaram quando a polícia tentou impedir a passagem de uma grande passeata da oposição que exigia a restituição da Constituição de 2004, que limitaria os poderes do presidente. EFE

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