Soldados do Mali transportam combatentes islâmicos, em Gao: a instabilidade e as mudanças políticas que ocorreram em 2012 na Guiné-Bissau e no Mali foram as mais preocupantes (Pascal Guyot/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 12h08.
Viena - Os distúrbios políticos que atingiram o norte da África em 2011 e 2012, e as crises que atingem desde 2012 Mali e Guiné-Bissau, enfraqueceram a luta contra o narcotráfico.
É a conclusão do relatório anual 2012, publicado nesta terça-feira em Viena, pelo Organismo Internacional de Controle de Entorpecentes (OICS), uma agência das Nações Unidas. Este órgão independente e quase-judicial promove a aplicação das convenções da ONU sobre controle de drogas.
"Tudo indica que as mudanças sociais e políticas ocorridas no norte da África, primeiro no Egito, na Líbia e na Tunísia em 2011 e 2012, enfraqueceram a capacidade da polícia na luta contra as drogas em alguns destes países", afirmou o OICS em seu relatório.
A instabilidade e as mudanças políticas que ocorreram em 2012 na Guiné-Bissau e no Mali preocupam particularmente o OICS. "A situação nestes dois países é preocupante, já que tanto a Guiné-Bissau, país de trânsito de cocaína na região, como o Mali, país de trânsito de cocaína e de resina de cannabis, foram o alvo de narcotraficantes internacionais", disse o OICS.
Em 2012, a Guiné-Bissau viveu um golpe de Estado, quando um grupo de militares golpistas atacou a residência do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior.
No Mali, um golpe de Estado derrubou o governo de Amadu Tumani Touré em março de 2012. Em abril, o norte deste país se converteu em um santuário da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), do Ansar Dine e do Movimento para a Unidade e a Jihad no Norte da África (Mujao).