Distante dos tucanos do PSDB, Gilberto Kassab articula aliança com o PT na região do ABC paulista (Prefeitura de SP/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 25 de dezembro de 2011 às 08h32.
São Paulo - Após promover a aproximação com o governo federal na esteira da criação do seu partido, o PSD, o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, passou a dar prioridade na eleição de 2012 às alianças com petistas, principalmente na região metropolitana de São Paulo.
Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kassab articula com o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), a criação de dobradinhas PT-PSD no ABC paulista.
Nos dois partidos, a parceria é vista como um ensaio para as eleições de 2014, quando o PSD e o PT podem se aliar na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, caso não haja um entendimento entre Kassab e o PSDB em 2012.
O PSD apoiará o candidato petista em Santo André, o deputado estadual Carlos Grana, após pedido de Marinho. Na cidade, os tucanos estarão em outro polo: caminham para reeditar aliança que elegeu o prefeito, Aidan Ravin (PTB), apesar de pressão pela candidatura própria com o vereador Paulinho Serra. O acordo em Santo André avançou depois que Marinho pediu a Kassab que convencesse o presidente da Câmara Municipal paulistana, Police Neto (PSD), a apoiar Grana. O parlamentar, que saiu do PSDB neste ano, havia atuado pelo candidato do PTB na eleição anterior.
Kassab e Marinho se aproximaram quando o petista participou do governo Lula - entre 2005 e 2008, foi ministro do Trabalho e da Previdência. Em 2008, elegeu-se prefeito, e Kassab, no DEM, atuou para que os dois vereadores da sigla migrassem para a base de Marinho. Garantiu a maioria para o PT na Câmara local.
Marinho e Kassab também trabalham para manter a dobradinha PT-PSD em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O plano é reeleger o prefeito petista, Sérgio Ribeiro, tendo como vice o PSD, de Salim Reis, também ex-DEM. A boa relação de Kassab com outro prefeito petista, Emídio de Souza, de Osasco, também rende parceria eleitoral. Numa ação conjunta, o PSD pode lançar candidato próprio ou apoiar o PT, a depender do cenário.