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Disputa pelo Senado segue apertada nos EUA, enquanto Trump prepara candidatura para 2024

Após as eleições de 8 de novembro, duas cadeiras no Senado continuam em jogo: uma, de Nevada e outra na Geórgia

Senado dos EUA. (Omar Chatriwala/Getty Images)

Senado dos EUA. (Omar Chatriwala/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de novembro de 2022 às 12h26.

O Partido Democrata do presidente Joe Biden está mais perto de manter o controle do Senado dos Estados Unidos, após as eleições de meio de mandato, enquanto o republicano Donald Trump se prepara para anunciar outra candidatura à Casa Branca em 2024.

O senador democrata Mark Kelly ganhou a reeleição no Arizona, conforme projeção de três emissoras de televisão na sexta-feira (11). Sua vitória eleva o número de senadores democratas para 49, um a menos do que o necessário para o partido da situação garantir a maioria na Câmara Alta.

Após as eleições de 8 de novembro, duas cadeiras no Senado continuam em jogo: uma, de Nevada, onde a contagem dos votos está em andamento; e a outra, da Geórgia, onde um segundo turno já está marcado para 6 de dezembro.

Na sexta-feira, a Casa Branca disse que Biden telefonou para o ex-astronauta Kelly, de 58 anos, para parabenizá-lo por sua vitória. Seu concorrente republicano, Blake Masters, ainda não admitiu a derrota e, ontem à noite, Trump afirmou em sua rede Truth Social que o resultado no Arizona foi "um golpe e uma fraude eleitoral".

Na próxima semana, Trump anunciará que pretende se candidatar à Presidência em 2024, disse ontem Jason Miller, assessor do ex-presidente.

Nos últimos dias, o ex-presidente, que terá 78 anos na próxima eleição, vinha insinuando sua intenção de se candidatar mais uma vez, enquanto fazia campanha para candidatos republicanos. Afirmou, especificamente, que fará um "anúncio muito importante" em 15 de novembro.

"O presidente Trump vai anunciar, na terça-feira, que está concorrendo à presidência", disse Miller a Steve Bannon, outro ex-assessor de Trump, em seu popular podcast "War Room".

Se confirmada, será sua terceira candidatura à Casa Branca, após perder para Biden em 2020. Depois dessa derrota, o magnata republicano promoveu alegações infundadas de fraude, algumas das quais levaram a uma invasão sem precedentes, em 6 de janeiro de 2021, ao Capitólio, em Washington, D.C.

Bancos que mudam de cor

O grande anúncio que Trump prometeu de sua residência na Flórida será feito após decepcionantes eleições de meio de mandato para vários candidatos endossados por ele.

Embora mais de 100 candidatos republicanos que contestaram os resultados das eleições presidenciais de 2020 tenham vencido suas respectivas disputas, alguns dos favoritos de Trump perderam assentos cruciais para os democratas.

Na Pensilvânia, os democratas ficaram com uma cadeira republicana, após a derrota de Mehmet Oz, um médico celebridade de televisão apoiado por Trump. Além de nunca ter ocupado um cargo público, Oz vive principalmente em Nova Jersey.

Trump esperava aproveitar uma "onda vermelha", cor que identifica os republicanos, a qual poderia estabelecer as bases para sua terceira candidatura presidencial. Até agora, porém, a legenda parece destinada a uma vitória muito menor do que se esperava.

Nas "midterms", todas as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e um terço dos 100 membros do Senado são renovados, e vários governos e cargos locais são eleitos.

Com 211 cadeiras até agora, os republicanos teriam uma pequena maioria na Câmara. Já o controle do Senado poderá ser decidido em um segundo turno em 6 de dezembro, no estado da Geórgia. Com os dois partidos empatados em 49 cadeiras no Senado, os democratas agora precisam de apenas mais uma vitória para manter o controle nesta Casa, já que a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de minerva.

"Imunidade absoluta"

Também na sexta-feira, os advogados de Trump contestaram uma intimação do comitê especial do Congresso americano que investiga o ataque ao Capitólio em 2021. Sua defesa alegou que o ex-presidente tinha "imunidade absoluta" e que não testemunhará na semana que vem.

A intimação é "inválida, ilegal e inaplicável", disseram os advogados, argumentando que o ex-presidente continua desfrutando do chamado privilégio executivo quase 22 meses após deixar o cargo e que, por isso, não pode ser obrigado pelo Congresso a comparecer.

A entrada antecipada de Trump na corrida pode estar planejada, em parte, para evitar possíveis acusações criminais por levar documentos confidenciais da Casa Branca; por tentativa de anular a eleição de 2020; e de promover o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.

Também pode ser uma tentativa de minar as chances de seu principal potencial concorrente nas primárias republicanas, o governador da Flórida, Ron DeSantis. Após garantir sua reeleição, com folga, na terça-feira, ele se tornou uma estrela em ascensão do partido.

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