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Disputa entre Sanders e Warren abre caminho para Biden

Candidatos progressistas voltaram a se desentender sobre o papel das mulheres na política; ex-vice-presidente é tido como o mais experiente

Biden, Warren e Bernie: os democratas favoritos à vaga para concorrer com Donald Trump (Montagem/Exame)

Biden, Warren e Bernie: os democratas favoritos à vaga para concorrer com Donald Trump (Montagem/Exame)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 07h00.

Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 07h16.

São Paulo — As divisões entre os candidatos democratas na disputa pela Casa Branca ficou clara na noite desta terça-feira, quando seis deles participaram do último debate antes de os eleitores do partido irem às urnas. O longo processo de definição do adversário do republicano Donald Trump começa no dia 3 de fevereiro, em Iowa, mesmo estado que recebeu o debate da noite de ontem.

Participaram os seis candidatos com ao menos 5% de intenção de voto em pesquisas nacionais, ou 7% em duas pesquisas estaduais. Foram eles: Joe Biden (ex-vice-presidente e líder nas pesquisas), Bernie Sanders (senador por Vermont), Elizabeth Warren (senadora por Massachusetts), Pete Buttigieg (ex-prefeito de South Bend, Indiana), Amy Klobuchar (senadora por Minnesota) e Tom Steyer (investidor e empresário). O bilionário ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ficou de fora.

Um dos pontos altos da noite foi uma nova troca de farpas entre os progressistas Warren e Sanders sobre um possível comentário feito por ele em 2018, sobre uma mulher não ter chance de chegar à Casa Branca em 2020. “Não quero brigar com ‘Bernie’. Mas essa questão sobre uma mulher poder ser presidente ou não foi levantada e é hora de ser derrubada”, afirmou Warren.

Ela apontou que os quatro homens presentes no debate perderam, juntos, dez eleições, enquanto ela e a senadora Klobuchar nunca foram derrotadas nas urnas. Ao fim do debate, Warren chegou a se negar a cumprimentar Sanders.

Segundo analistas, é mais uma mostra da dificuldade dos democratas de focar em pautas de fato capazes de derrotar Trump nas eleições de novembro. Com taxa de desemprego na mínima histórica, o mercado de ações batendo sucessivos recordes, e trunfos geopolíticos como o ataque ao Irã e o acordo comercial com a China (que deve ser anunciado hoje), o falastrão Donald Trump deve ser um adversário difícil de ser batido, mesmo em meio ao processo de impeachment contra ele em curso no Congresso.

A divisão entre Sanders e Warren abriu caminho para Joe Biden, tido como uma aposta mais segura do partido e capaz de atrair para as ordes democratas eleitores de centro. Biden criticou o fato de Sanders, outro favorito na pesquisa, ser contra acordos comerciais e ter um projeto para cobertura de saúde tido como impossível de ser pago.

Uma dúvida no ar, que ficou clara ontem, é qual será a postura dos democratas sobre o recente conflito com o Irã. Biden votou a favor da intervenção no Iraque, em 2002, no governo de George W. Bush, fato relembrado por Sanders, um político historicamente contra conflitos armados. Ontem, o ex-vice presidente reconheceu que aquele voto foi um erro, e disse que junto com Barack Obama trabalhou para trazer as tropas de volta a casa.

Ainda assim, a experiência de Biden em política internacional (ele também foi presidente da comissão de assuntos exteriores do Congresso) é considerada um trunfo eleitoral. A campanha de 2020, na visão de analistas, deve ser mais marcada pela política internacional que os pleitos anteriores. E a capacidade de ser o comandante-chefe do país, prerrogativa do presidente, é um tem caro aos eleitores americanos. Biden, neste contexto, saiu do palco de Des Moines com mais chances de ser o escolhido pelo partido.

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