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Disparam deserções de médicos cubanos na Venezuela

Número de médicos cubanos que abandonaram trabalho na Venezuela e viajaram aos EUA duplicou no último ano


	Equipe de médicos cubanos: mais de 700 profissionais deixaram a Venezuela
 (Florian Plaucheur/AFP)

Equipe de médicos cubanos: mais de 700 profissionais deixaram a Venezuela (Florian Plaucheur/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 09h59.

Miami - O número de médicos cubanos que abandonaram seu trabalho na Venezuela e viajaram para os Estados Unidos duplicou nos últimos 12 meses, atingindo mais de 700, devido à crise econômica e à insegurança no país sul-americano, revela nesta quarta-feira a ONG americana Solidariedade Sem Fronteiras (SSF).

Entre setembro de 2013 e o mesmo mês de 2014, cerca de 1.100 médicos enviados por Havana para trabalhar em distintos países do mundo desertaram, sendo mais de 700 na Venezuela, disse à AFP Julio César Alfonso, presidente da SSF.

Até 2013, a média anual de deserções na Venezuela - onde atuam cerca de 30 mil médicos cubanos em programas sociais do governo - era de 300, segundo o presidente da SSF, sediada em Miami.

Alfonso destacou que as principais causas de deserções na Venezuela, de acordo com os próprios médicos cubanos que chegam aos Estados Unidos, são a crise econômica e a falta de segurança no país, onde morreram quase 70 médicos cubanos nos últimos anos.

"A situação é, de fato, muito difícil para eles. Trabalham até altas horas da noite e ganham muito pouco, porque o governo cubano lhes paga cerca de 10% do que recebe dos governos" dos países beneficiados.

"Eles também são enviados para lugares ruins, onde não há segurança, onde nenhum médico quer ir, e não apenas na Venezuela, isto é um padrão em todas as partes do mundo".

Desde 2006, os Estados Unidos mantêm um programa que aceita no país os médicos cubanos enviados para trabalhar no exterior e até o momento, já recebeu 8 mil destes profissionais, destaca a SSF.

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