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Discurso de Obama divide opiniões entre os poderosos de Davos

O discurso do Estado da União de Obama buscou canalizar a raiva da classe média sobre a desigualdade e pediu por um imposto mínimo de 30 por cento aos milionários

Barack Obama "não podemos voltar a deixar a economia por conta própria" (Scott Olson/Getty Images/AFP)

Barack Obama "não podemos voltar a deixar a economia por conta própria" (Scott Olson/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 15h40.

Davos - Os ricos e poderosos mostraram-se divididos nesta quarta-feira com relação à ameaça do presidente dos EUA, Barack Obama, de elevar os impostos dos milionários. Alguns disseram que a medida poderá afetar o crescimento, enquanto outros argumentaram que Obama estava certo em lidar com os desequilíbrios do capitalismo.

O discurso do Estado da União de Obama, na noite de terça-feira, buscou canalizar a raiva da classe média sobre a desigualdade e pediu por um imposto mínimo de 30 por cento aos milionários, o que poderá transformar a riqueza do rival republicano Mitt Romney em uma questão central para a eleição.

O discurso foi feito na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial no resort suíço de Davos, onde muitos dos titãs mundiais da indústria e da política se mostraram pensativos, concentrando-se na necessidade de o capitalismo ser mais justo para sobreviver.

"Sou um dos bilionários que acreditam que os ricos precisam pagar mais impostos e eu apoio o programa de Obama nesse ponto", disse o investidor George Soros em Davos.

"Sou minoria na comunidade dos fundos de investimento, porque eles não gostam de ser taxados." Outro frequentador de Davos, no entanto, não gostou de estar na mira do presidente.

"Não acho que nenhuma eleição presidencial na história da América tenha sido vencida com base na política da inveja e acho que isso divide o país mais do que o une", disse John Studzinski, diretor sênior da empresa de consultoria e investimento Blackstone Group.

O diretor executivo da Unilever, Paul Polman, afirmou que Obama tem o direito de tratar da questão da desigualdade: "Como empresa de bens de consumo, vendemos para todos e é importante que todos se beneficiem desse crescimento, e é por isso que esperamos", disse.

Ele não gostou, entretanto, da especificação dos ricos: "Isso não vai de encontro a uma solução. Esse é um discurso eleitoral. Precisamos ficar acima disso." Mark Penn, executivo-chefe da empresa de relações públicas Burson-Marsteller, disse que o discurso deve ajudar Obama, enquanto as brigas internas entre os republicanos indicavam que não havia com quem brigar.

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