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Discurso de Obama deve se concentrar na desigualdade

A maior parte do Congresso será substituída em novembro e o discurso de Obama na noite de terça-feira não deve colaborar muito para a reeleição dos democratas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 14h25.

Washington - O discurso do presidente Barack Obama sobre o Estado da União um ano atrás, foi uma ampla declaração de valores liberais, que só foi possível por que ele havia sido reeleito recentemente.

Neste ano, depois de seus objetivos legislativos terem, em sua maioria, se desfeito no que tem sido considerado o pior ano de sua presidência, Obama é menos popular do que antes.

A maior parte do Congresso será substituída em novembro e o discurso de Obama na noite de terça-feira não deve colaborar muito para a reeleição dos democratas, que tentam manter sua frágil maioria no Senado.

Embora não explicitamente político, seu discurso, que será visto em milhões de televisores do país, trará argumentos econômicos que, esperam os democratas, repercutam entre os eleitores.

Caso os democratas percam a maioria no Senado em novembro, o presidente perderá todas as suas expectativas de aprovação de seus projetos no Congresso. Os democratas estão menos confiantes a respeito das perspectiva de retomar o controle da Câmara dos Representantes, onde os republicanos devem manter a maioria.

Obama deve falar sobre a escolha entre manter um país onde todos os estratos da população têm oportunidades para melhorar suas vidas e um no qual a prosperidade é desproporcionalmente desfrutada por um grupo seleto.

Nas últimas semanas, o presidente tentou concentrar a atenção do país na tendência de desigualdade e baixa mobilidade social que ele deve destacar em seus últimos anos de mandato.

Embora a economia ainda seja a principal questão para muitos eleitores, os democratas veem as questões a respeito da justiça econômica e da expansão do acesso à classe média como sua melhor chance de conquistar ou permanecer em cargos eleitos do governo.

"A segurança da classe média é uma questão definidora de nosso tempo", disse o deputado Steve Israel, que preside o braço de campanha democrata para a Câmara dos Representantes.

Quando Obama convidou os democratas do Senado para uma reunião na Casa Branca neste mês, a maior parte do tempo foi destinada à discussão sobre como os integrantes de seu partido queriam que o presidente tratasse da ideia de expansão de oportunidades econômicas no discurso sobre o Estados da União, disse um funcionários da Casa Branca, que falou em condição de anonimato por não ter autorização para discutir os acontecimentos da reunião.

Pesquisa AP/NORC Center for Public Affairs Research realizada no mês passado mostrou que 68% dos entrevistados gostariam que o governo federal gastasse uma quantidade de recursos moderada a alta para reduzir a distância entre ricos e pobres.

Por outro lado, menos da metade quer que o governo se concentre no avanço dos direitos dos gays ou no combate às mudanças climáticas.

Encontrar um tema que atinja eleitores dos dois partidos é muito importante para a legenda de Obama neste ano, quando democratas disputam 21 dos 35 assentos no Senado, muitos dos quais na região sul do país, em Estados de tendência conservadora onde as baixas taxas de aprovação de Obama devem atingir os democratas no geral.

Mas o presidente pode concentrar a atenção do público no que os democratas querem fazer para combater o desemprego, melhorar a educação e os salários, questões que repercutem profundamente nesses Estados. Fonte: Associated Press.

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