Mundo

Dirigentes são acusados de esquema para favorecer Catar

Segundo revista, aliança entre Barcelona, Real Madrid e a Federação Espanhola de Futebol foi uma das bases para o Catar obter apoio para sediar a Copa de 2022


	Jovem segura uma réplica da taça da Copa do Mundo em Doha, no Catar
 (Marwan Naamani/AFP)

Jovem segura uma réplica da taça da Copa do Mundo em Doha, no Catar (Marwan Naamani/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 14h19.

Paris - Uma aliança que envolveu Barcelona, Real Madrid, e também a Federação Espanhola de Futebol, foi "uma das bases" que permitiu ao Catar obter apoio de vários países latino-americanos e conseguir ser sede da Copa do Mundo de 2022, segundo publica nesta terça-feira a "France Football".

A revista francesa, que não revela em nenhum momento as fontes que basearam a reportagem, afirma que o presidente da Federação Espanhola, Ángel María Villar, esteve "no centro dos contatos" com o Catar. Em troca do apoio espanhol, os dirigentes do emirado se comprometiam a respaldar a candidatura da Espanha para 2018.

Outros dois grandes atores desta aliança, que pretendia "garantir os interesses econômicos e ambos", foram o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell e o atual presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, com os clubes aparecendo envolvidos em diferentes níveis, de acordo com a publicação.

"Os contatos tecidos com as duas grandes instituições do futebol espanhol abriam a porta para um jogo de influências, que permitiria Villar votar pelo emirado e utilizar suas próprias redes para obter o apoio de países latino-americanos", aponta a "France Football".

A publicação garante que essa isto aconteceu em fevereiro de 2010, durante encontro em Barcelona entre o presidente da Federação Espanhola e Tariq al-Naama, vice-presidente da academia de descoberta de talentos Aspire.

Para colocar o entendimento em prática, diz a "France Football", teve "papel determinante" o empresário espanhol Jaume Fluxa Morro, vinculado com o Catar através da companhia Al-Jaber, mas também com o Barcelona através do vice-presidente Carles Vilarrubi.

A revista sustenta que Morro organizou em 2009 uma viagem de uma delegação do Catar a Madri, onde houve reunião com representantes do Real, entre eles o presidente Florentino Pérez, José Ángel Sánchez, Julio González Tojo, Emilio Butragueño e Ivan Bravo.

Nestes encontros houve a definição do princípio da "troca de votos, mas apenas de país para país".

O jornal francês ressalta que o Barcelona "tinha excelentes razões de apoiar a candidatura do Cater, cujo investimento tinha contribuído para sanear as contas do clube". Além disso, Sandro Rosell se beneficiou, através de sua empresa BSM (Bonus Sport Marketing), de um acordo de 2,754 milhões de euros com a Aspire em 2008.

Com relação ao Real Madrid, a publicação destaca que Florentino Pérez é presidente da construtora ACS, em que outro dos grandes acionistas é a Iberostar, empresa fundada por Morro, e que desde junho de 2011 controla a alemã Hochtief, que tem uma série de grandes contratos relacionados a Copa do Catar.

"Além das acusações de cumplicidade, o Mundial de 2022 é uma aposta econômica na qual há os interesses de duas nações", conclui a revista.

Acompanhe tudo sobre:Barça – FC BarcelonaCatarCopa do MundoEsportesFutebolFutebol europeuReal Madrid

Mais de Mundo

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz