Bailarinos do Ballet Nacional de Cuba que desertaram após uma apresentação em Porto Rico (Gaston De Cardenas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 16h19.
Havana - A diretora do Ballet Nacional de Cuba, Alicia Alonso, criticou a deserção de oito dos seus bailarinos após uma apresentação em Porto Rico e admitiu que, ainda que fossem apenas do corpo de baile, o fato causa uma "grande dor" do ponto de vista humano.
Os bailarinos, de entre 21 e 24 anos, abandonaram no fim de semana a companhia, considerada uma das mais prestigiosas do mundo, após uma turnê pela ilha caribenha e apareceram na terça-feira nos Estados Unidos, onde disseram que planejam buscar uma carreira.
"Foram bailarinos do corpo de baile, então, artisticamente, a companhia não foi afetada", disse a Primeira Bailarina Absoluta ao Granma, o jornal oficial do Partido Comunista, em sua primeira reação ao tema.
Alonso, de 93 anos, acrescentou que "são jovens que se deslumbram acreditando que vão ter um futuro promissor e, estatisticamente, a maioria dos que abandonam a companhia se frustra e fica pelo caminho", afirmou ela, segundo reportagem desta sexta-feira do Granma.
Cuba é um dos principais celeiros de talento de ballet no mundo, mas muitos dos membros do Ballet Nacional com frequência abandonam o grupo em turnês internacionais, um tanto decepcionados pela falta de oportunidades e em busca de melhores salários.
A deserção do fim de semana foi a segunda maior de bailarinos do ballet cubano em pouco mais de 12 meses. No ano passado, sete membros que desertaram no México chegaram a Miami.
Washington e Havana estão rompidos desde a revolução de 1959, e segundo a Lei de Ajuste Cubano de 1966, os cubanos que chegam à Flórida recebem privilégios imigratórios, assim como benefícios financeiros para se manter.