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Diretor-geral da OMC diz que Europa pode evitar contágio da crise grega

Ainda não é tarde para que a crise econômica na Grécia se transforme em uma "crise da Europa", segundo o representante da Organização Mundial do Comércio

O diretor-geral do OMC participa nesta segunda-feira de uma reunião em Paris com responsáveis da política comercial do G20 (Jacky Naegelen/Reuters)

O diretor-geral do OMC participa nesta segunda-feira de uma reunião em Paris com responsáveis da política comercial do G20 (Jacky Naegelen/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 06h13.

Paris - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, considerou nesta segunda-feira que "ainda não é tarde demais" para evitar que a crise da dívida grega se transforme em "uma crise da Europa".

"É preciso uma dose de disciplina e de solidariedade", ressaltou Lamy em entrevista à emissora de rádio "France Info". Segundo ele, o que ocorreu com a Grécia demonstra que "não havia suficiente disciplina comum" entre os países da zona do euro.

Ele explicou que o problema é que a Grécia assumiu dívidas maiores do que poderia pagar graças às baixas taxas de juros permitidas pelo mercado por estar integrada na zona do euro.

Para o diretor-geral da OMC, faltou fiscalização das finanças gregas por parte das autoridades da União Europeia (UE).

Lamy, que participa nesta segunda-feira de uma reunião em Paris com responsáveis da política comercial do Grupo dos 20 (G20, grupo dos principais países desenvolvidos e emergentes), também falou na entrevista sobre o impasse da Rodada de Doha, iniciada em 2002 para avançar na liberalização do comércio mundial.

Em sua opinião, a estagnação da rodada se deve mais a motivos de ordem geopolítica do que mercantil. Ele citou a postura dos Estados Unidos, que desejam equiparar os países emergentes aos países desenvolvidos para tirar daqueles as preferências comerciais estabelecidas pela OMC. Washington argumenta que, entre os emergentes, há grandes potências comerciais, como Brasil e Índia.

Lamy minimizou os temores de superaquecimento da economia das nações emergentes ao ser questionado sobre uma eventual bolha econômica de crédito em países como o Brasil. "No conjunto, estas economias foram melhor administradas que as dos países ricos", resumiu.

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