Mundo

Diretor-geral da AIEA pede mais acesso à tecnologia nuclear civil

Segundo Yukiya Amano, serão entre 10 e 25 países que vão inaugurar sua 1ª usina nuclear até 2030

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano: `a energia nuclear não deveria estar limitada aos países desenvolvidos´ (Getty Images)

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano: `a energia nuclear não deveria estar limitada aos países desenvolvidos´ (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Viena - O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, inaugurou a 54ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), nesta segunda-feira, em Viena, com uma chamada para ampliar o acesso à tecnologia nuclear com fins energéticos e médicos aos países em desenvolvimento.

Em seu discurso diante de representantes de 151 países-membros da agência nuclear da ONU, Amano destacou o "crescente interesse internacional na energia nuclear como uma fonte limpa e estável, que pode ajudar a mitigar o impacto da mudança climática".

"A energia nuclear não deveria estar limitada aos países desenvolvidos, e sim ser acessível também aos países em desenvolvimento", afirmou o dirigente da AIEA.

Segundo Amano, até 2030, entre 10 e 25 países vão inaugurar sua primeira usina nuclear, enquanto muitos outros planejam ampliar a vida útil de seus reatores já existentes.

Nesse sentido, o diretor-geral anunciou que pretende "encorajar as instituições internacionais de crédito, reticentes a apoiar projetos de energia nuclear, a ser mais abertos a esses planos".

Amano acrescentou que a luta contra o câncer continua sendo uma das prioridades de sua gestão, sobretudo em países em desenvolvimento.

"Morrem, a cada hora, 665 pessoas por câncer nos países em desenvolvimento, quase três vezes mais que nos países desenvolvidos", destacou Amano.


Em muitos países pobres não existe nenhuma máquina para tratamento radiológico contra o câncer, pelo que o dirigente da AIEA informou que deseja ampliar os esforços do organismo para oferecer esses equipamentos.

Desde 1980, a AIEA entregou aos países em desenvolvimento assistência e equipamento para a luta contra o câncer no valor de US$ 220 milhões, destacou o diretor-geral.

Quanto à verificação dos programas nucleares dos países-membros, incluindo os controversos casos de Irã e Síria, Amano se limitou a destacar que todos os acordos de salvaguardas (controles) com a AIEA devem ser "aplicados plenamente".

Sobre a criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio, que a Conferência Geral vem reivindicando há anos em uma resolução, Amano lamentou que não exista um consenso entre os países-membros sobre como alcançar esse objetivo.

No entanto, o diretor-geral se mostrou satisfeito pelo fato de a conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) ter decidido em maio propor para 2012 uma conferência regional sobre o estabelecimento de uma zona desse tipo.

"Espero que seja levada a cabo a conferência de 2012 com a participação de todos os países relevantes e que tenha um resultado produtivo", concluiu Amano diante do plenário da Conferência Geral da AIEA.

Leia mais notícias sobre energia nuclear

Siga as notícias do site EXAME sobre Meio Ambiente e Energia no Twitter


Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia nuclearInfraestruturaPaíses emergentesUsinas

Mais de Mundo

Social-democratas nomeiam Scholz como candidato a chanceler nas eleições antecipadas

Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras

Líder supremo do Irã pede sentença de morte contra Netanyahu

Hezbollah coloca Tel Aviv entre seus alvos em meio a negociações de cessar-fogo