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Diretor de Inteligência dos EUA defende espionagem a líderes

As agências de espionagem dos EUA sempre tentam conhecer as intenções dos líderes estrangeiros, disse o diretor da Inteligência Nacional


	James Clapper: "não é apenas sobre os líderes em si, é sobre o que aconteceu em torno deles e sobre as políticas que eles conduzem em seus governos", justificou 
 (JIM WATSON/AFP)

James Clapper: "não é apenas sobre os líderes em si, é sobre o que aconteceu em torno deles e sobre as políticas que eles conduzem em seus governos", justificou  (JIM WATSON/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 06h26.

Washington - O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, afirmou nesta terça-feira que as agências de espionagem dos EUA sempre tentam conhecer as intenções dos líderes estrangeiros.

Clapper disse que entender os objetivos dos chefes de Estado estrangeiros tem sido um "princípio básico" das agências americanas.

"Desde que eu estou no ramo da inteligência, há 50 anos, as intenções dos líderes - não importa a forma pela qual sejam expressas - são meio que o princípio básico do que coletamos e analisamos", disse Clapper em audiência no Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA.

"É inestimável para nós saber de onde os países estão vindo, quais são suas políticas, como isso vai nos impactar em um amplo leque de questões", completou.

"Então, não é apenas sobre os líderes em si, é sobre o que aconteceu em torno deles e sobre as políticas que eles conduzem em seus governos", justificou Clapper.

Segundo os últimos vazamentos do ex-analista de inteligência Edward Snowden na imprensa a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) grampeou as comunicações de vários líderes estrangeiros, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel.

As revelações criaram mal-estar na Alemanha e em outros países da Europa, sobretudo, após a informação de que o presidente Barack Obama sabia, ou teria aprovado o grampo.


Na sessão, Clapper foi questionado pelo presidente desse comitê, Mike Rogers, sobre o motivo pelo qual os serviços americanos de espionagem rastreavam as intenções dos líderes estrangeiros. O congressista não se referiu, porém, às matérias sobre o grampo à chanceler.

Rogers afirmou que "a melhor maneira" para determinar os planos de um dirigente estrangeiro seria "de alguma forma tanto se aproximar desse líder ou, de fato, pegar as comunicações do líder estrangeiro". E completou, dirigindo-se a Clapper": "isso estaria correto?".

Ao que o chefe da espionagem americana respondeu: "sim, estaria".

Quando foi interrogado sobre se os aliados dos EUA espionam o país, Clapper respondeu que "certamente".

Na sessão, o representante Adam Schiff afirmou que os serviços de espionagem têm a obrigação de informar os comitês de Inteligência do Congresso sobre atividades "significativas" e insistiu em que isso se aplicaria à espionagem de autoridades estrangeiras.

Clapper discordou, alegando que as agências estavam agindo dentro da lei ao informar os congressistas sobre as prioridades da coleta de informação de inteligência, sem especificar cada fonte, ou o "seletor" a ser rastreado.

Mais tarde, Rogers repreendeu Schiff duramente e garantiu que os membros do painel têm acesso a uma ampla quantidade de informação da NSA.

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