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Direita francesa defende rigor em política de imigração

Direita francesa aproveitou polêmica criada pela recente deportação do país de uma aluna cigana de origem kosovar para questionar a atual política de imigração


	Bandeira da França: oposição afirma que o debate a respeito é "um dos principais temas do século XXI"
 (Streeter Lecka/Getty Images)

Bandeira da França: oposição afirma que o debate a respeito é "um dos principais temas do século XXI" (Streeter Lecka/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 10h13.

Paris - A direita francesa aproveitou a polêmica criada pela recente deportação do país de uma aluna cigana de origem kosovar para questionar a atual política de imigração e defender um endurecimento do direito à nacionalidade.

O vice-presidente da União por um Movimento Popular (UMP), Luc Chatel, resumiu nesta quarta-feira nos microfones da "France Info" a opinião de seu partido, o principal da oposição, ao afirmar que o debate a respeito é "um dos principais temas do século XXI", e que, como tal, não deve ser evitado.

O presidente do partido, Jean-François Copé, havia anunciado nesta terça-feira que apresentará daqui até o final do ano uma proposta de lei para reformar o "ius solis", o direito a obter a nacionalidade dos que nascem no país, de modo que sua aquisição por parte dos filhos de pais estrangeiros não seja automática.

"Não se trata de questionar o direito de solo, mas quando uma criança de pais estrangeiros nasce na França em situação irregular não tem intenção de permanecer, e não é possível que obtenha a nacionalidade francesa. (...) Deve solicitá-la", opinou ontem Copé.

Não faltaram desde então críticas que comparam o partido com a ultradireitista Frente Nacional (FN), que historicamente postulou a abolição automática desse direito.

"A UMP faz como todas as grandes formações políticas dos países desenvolvidos: reflete sobre qual é a principal questão do século XXI. E a imigração é um dos temas principais", disse hoje Chatel em defesa de seu partido.

A UMP deve realizar uma convenção antes do final do ano para apresentar esse "plano para uma nova política de imigração", porque o modelo atual, segundo Copé, deixou de funcionar.

"Todo o mundo sabe que é uma manobra eleitoral. Trata-se de uma medida mínima por parte de um homem que poderia ter feito isso quando estava no poder. A realidade é que há um verdadeiro problema, e que é preciso suprimir a aquisição automática", afirmou a presidente da FN, Marine Le Pen, em "BFM TV".

O governo, segundo anunciou hoje à saída do Conselho de ministros o titular de Interior, Manuel Valls, por enquanto dá prioridade à reforma do direito de asilo.

"Serão feitas propostas em meados de novembro para reformá-lo em profundidade. Acelerar os prazos de gestão foi um compromisso de campanha. É um direito constitucional fundamental que não pode ser confundido com as políticas de imigração", disse à imprensa Valls do Palácio do Eliseu.

Valls foi o objeto das críticas das manifestações estudantis e de partidos de esquerda na tempestade política suscitada pela expulsão de Leonarda Dibrani, mas paradoxalmente, o apoio recebido nas pesquisas não minguou.

Sete em cada dez franceses, segundo uma pesquisa realizada na semana passada pelo instituto BVA, aprovam sua firmeza neste caso, e outros 65% disseram ser contra o governo anular a expulsão e permitir sua volta.

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