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Direita conquista maioria absoluta em Portugal

Das 226 cadeiras do Parlamento disputadas, o PSD conquistou 105, contra 73 do Partido Socialista

Rua no centro de Lisboa, em Portugal: PIB do país caiu (Sean Gallup/Getty Images)

Rua no centro de Lisboa, em Portugal: PIB do país caiu (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2011 às 21h29.

Lisboa - O Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) venceu as eleições legislativas realizadas neste domingo em Portugal com 38,6% dos votos, contra 28% para os socialistas no poder, e o bloco de direita obteve uma folgada maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais quase definitivos.

Das 226 cadeiras do Parlamento disputadas no país (quatro são do exterior), o Partido Social Democrata, de Pedro Passos Coelho, conquistou 105, contra 73 para o Partido Socialista, do primeiro-ministro José Sócrates.

Com 11,7% dos votos, outro partido de direita, o CDP-PP, obteve 24 cadeiras, o que dá uma confortável maioria absoluta de 129 deputados.

A coalizão comunistas-verdes levou 16 cadeiras, com 7,9% dos votos, e o Bloco de Esquerda (extrema esquerda) conquistou 8 cadeiras, com 5,2%.

Os quatro deputados eleitos no estrangeiro serão conhecidos apenas no dia 15 de junho. A taxa de abstenção foi de 41,1%, superior ao recorde estabelecido nas eleições de 2009, de 40,3%.

José Sócrates já anunciou sua renúncia como secretário-geral do Partido Socialista ao afirmar que "esta derrota eleitoral é minha e quero assumi-la totalmente esta noite".

"Chegou o momento de abrir um novo ciclo político no Partido Socialista", declarou Sócrates, 53 anos, no poder desde 2005.

O novo governo de centro-direita será responsável pela aplicação do rigoroso plano de resgate internacional destinado a acabar com a crise financeira no país.

Pedro Passos Coelho, provável sucessor de Sócrates, já garantiu que Portugal não será "uma carga" para os credores e prometeu fazer o necessário para honrar os compromissos do Estado.

"Faremos o que for preciso para garantir a todos que nos observam do exterior que Portugal não será uma carga para os países que nos emprestaram o que precisávamos para cumprir nossas responsabilidades e nossos compromissos".

"Vamos fazer todo o possível para cumprir o acordo estabelecido entre o Estado português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para recuperar a confiança dos mercados".

Durante a campanha, Passos Coelho prometeu ir além das exigências da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, sobretudo em termos de privatizações, mas também nas reformas trabalhistas e dos serviços públicos.

O Parlamento foi dissolvido por Sócrates no fim de março, após a rejeição do plano de austeridade do governo para enfrentar a crise financeira em Portugal.

Duas semanas depois, Sócrates se viu obrigado a pedir ajuda internacional, pois o Estado português não tinha mais condições de garantir seu financiamento em consequência do aumento das taxas de juros exigidas nos mercados.

Portugal, muito endividado (160 bilhões de euros no fim de 2010), encerrou 2010 em recessão, com um déficit público de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma taxa de desemprego de 11%.

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