Rebeldes armados na Síria: Baaj explicou que este comportamento não é isolado e que muitas pessoas trabalham no interior da Síria para derrubar o regime (AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 13h13.
Genebra - Danny al Baaj, um diplomata sírio que desertou da missão permanente de seu país na ONU, afirmou nesta quinta-feira que existe uma rede de profissionais e funcionários públicos sírios que trabalham "de dentro" do governo para acabar com o regime de Bashar al Assad mas mantendo as estruturas do estado intactas.
"Durante um ano eu trabalhei oficialmente como diplomata mas ao mesmo tempo colaborei com a oposição, pois considerava que era mais útil trabalhar de dentro", disse Baaj em entrevista coletiva concedida em Genebra (Suíça), onde durante dois anos foi primeiro-secretário da missão permanente da Síria na ONU.
Baaj explicou que sete funcionários do Ministério das Relações Exteriores da Síria renunciaram oficialmente aos seus cargos e buscaram asilo nos países onde trabalhavam ou em nações vizinhas.
No entanto, o diplomata afirmou que o número de funcionários descontentes com o regime e que trabalham de dentro do governo para derrubá-lo é muito maior.
"Existe uma rede de diplomatas sírios, alguns na Síria e muitos no exterior, que trabalham de dentro para ajudar a oposição", garantiu.
Baaj explicou que este comportamento não é isolado e que muitas pessoas trabalham no interior da Síria para derrubar o regime, sem necessariamente atuar no conflito armado. "Existem muitas pessoas que ajudam e que não seguem as ordens do regime", acrescentou.
O diplomata explicou que deseja que as estruturas do poder se mantenham intactas quando a ditadura de Assad acabar. "Eu defendi do meu cargo e sigo defendendo agora a Síria, não o regime sírio. Trabalhei e trabalho para que se mantenha a soberania, a independência e a integridade territorial do meu país", afirmou.
É por isso que Baaj considera que qualquer intervenção externa deve respeitar estes princípios, e sobretudo contar com o aval do Conselho de Segurança da ONU, para que ação seja uma operação multilateral que responda aos interesses do povo sírio.