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Dinamarca integrou bombardeio que matou soldados sírios

"É certamente um fato lamentável se a coalizão por erro alcançou outras forças que não sejam as do EI", informou o Ministério


	Bombardeio: "A coalizão iniciou uma investigação em torno do ataque"
 (Getty Images)

Bombardeio: "A coalizão iniciou uma investigação em torno do ataque" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 13h54.

Copenhague - A Dinamarca confirmou nesta segunda-feira a participação de dois de seus caças no bombardeio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra uma posição do Exército sírio em Deir ez Zor, que causou a morte de 90 soldados.

"A coalizão internacional contra o EI (Estado Islâmico) realizou em 17 de setembro vários ataques a uma suposta posição do EI na área próxima a Deir ez Zor na Síria. Dois caças F-16 dinamarqueses participaram com aviões de outros países nesses ataques", informou o Ministério da Defesa dinamarquês.

A Defesa ressaltou que o ataque, que causou uma interdição da trégua negociada entre Washington e Moscou, foi detido "imediatamente" quando a Rússia informou que uma posição síria tinha sido atingida.

"É certamente um fato lamentável se a coalizão por erro alcançou outras forças que não sejam as do EI. A coalizão iniciou uma investigação em torno do ataque", informou em comunicado o Ministério dinamarquês, que oferece "cooperação total" nesse trabalho.

Em termos parecidos se expressou o titular da Defesa dinamarquês, o liberal Peter Christensen, embora tenha rejeitado que a Dinamarca vá impulsionar uma investigação independente dos fatos, como reivindicaram hoje duas forças parlamentares de esquerda dinamarquesas.

"Não vou entrar em diferentes cenários antes de ter a certeza de ter alcançado soldados sírios. Por enquanto são só rumores russos. Penso que necessitamos de mais fontes confiáveis antes de concluir qualquer coisa", declarou Christensen.

O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, tinha confirmado horas antes a participação das forças de seu país no ataque e lamentado as baixas causadas ao Exército sírio.

O parlamento dinamarquês aprovou por uma grande maioria enviar durante seis meses até 400 soldados e vários aviões de combate para lutar contra o EI na Síria, além de no Iraque, onde atuava desde há quase dois anos.

A Dinamarca justificou sua intervenção na Síria assegurando que o EI constitui uma ameaça global de caráter incomum e apelando ao direito do Iraque -cujo governo autorizou a presença de tropas dinamarquesas em seu território- a se defender desse grupo, que transfere tropas e armamento através da fronteira síria a esse país.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 90 soldados do regime sírio morreram no sábado no bombardeio da coalizão internacional liderada por Washington, que alcançou "por erro" posições do Exército em Deir ez Zor (nordeste). 

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