A líder social-democrata, Schmidt, defende uma negociação de três lados, junto a entidades patronais e sindicatos, para estender a jornada de trabalho (Oli Scarff/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2011 às 16h28.
Copenhague - Os colégios eleitorais abriram nesta quinta-feira na Dinamarca às 9h locais (4h de Brasília) para iniciar uma jornada na qual as pesquisas apontam um triunfo da centro-esquerda, o que poria fim a uma década de governo da direita.
Pouco mais de quatro milhões de dinamarqueses foram chamados às urnas e poderão votar até as 15h de Brasília para escolher os 179 integrantes do Parlamento, quatro deles repartidos em partes iguais entre os territórios autônomos da Groenlândia e das ilhas Faroe.
As pesquisas apontam vitória da oposição, liderada pela social-democrata Helle Thorning-Schmidt, que se tornaria a primeira mulher a chegar ao poder no país nórdico.
O bloco governamental do primeiro-ministro, o liberal Lars Løkke Rasmussen, aparece atrás em todas as enquetes há meses e, embora tenha conseguido reduzir a distância, a centro-esquerda mantém uma vantagem de cinco pontos percentuais.
Ao contrário do pleito anterior, esta campanha eleitoral não esteve centrada na imigração, e sim na crise econômica e nas medidas para manter o estado de bem-estar, tapando o buraco de 47 bilhões de coroas (6,3 bilhões de euros) nas contas públicas que, segundo os analistas, deve ser fechado antes de 2020.
O Governo aposta em dois programas de reformas que cortar os benefícios para desempregados, o cheque infantil e as ajudas a estudantes, além de prever o aumento da idade para aposentadoria e pré-aposentadoria.
A líder social-democrata, Helle Thorning-Schmidt, defende uma negociação de três lados, junto a entidades patronais e sindicatos, para estender a jornada de trabalho.
Além disso, pretende instaurar um imposto para milionários, aumentar a pressão fiscal sobre as pensões elevadas e subir os impostos para tabaco e alimentos considerados pouco saudáveis.
Independentemente de quem vencer as eleições, que deverá também dirigir o país durante a Presidência rotatória da UE no primeiro semestre de 2012, serão necessários pactos amplos e flexíveis para promover os projetos políticos.