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Dilma na TV: petistas se dividem quanto ao tom do programa

A postura da ex-ministra em aparições públicas e os programas de rádio e TV comandados pelo marqueteiro João Santana ganharam um tom duro

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 16h25.

Após a corrida presidencial deste ano ter chegado ao segundo turno, a campanha de Dilma Rousseff precisou mudar o rumo. A postura da ex-ministra em aparições públicas e os programas de rádio e TV comandados pelo marqueteiro João Santana ganharam um tom duro, com críticas mais diretas ao principal adversário petista, o tucano José Serra. Mas há muitos insatisfeitos.

O primeiro deles é o próprio João Santana. O marqueteiro que fez a campanha da reeleição de Lula em 2006 é conhecido por fazer programas baseados em realizações do governo e em depoimento de eleitores, com qualidade de som e imagem quase cinematográfica. Santana não gosta de fazer ataques aos adversários e segue a tese de que o candidato que fica como vítima é aquele que ganha votos. Lula, sabendo disso, chamou Santana para uma conversa reservada em que deixou claro que as inteções da campanha do PT para o segundo turno seriam outras.

A contragosto, o marqueteiro colocou no ar programas com ataques ao governo do PSDB e críticas a Serra. Na última terça-feira à noite, o programa de Dilma mostrou comparações entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – quando Serra era ministro do Planejamento. Um pedido de Lula.

"Durante o governo dos tucanos, não houve nenhum grande programa habitacional", diz um narrador do programa. Em seguida, Dilma aparece fazendo promessas na área, como a construção de 2 milhões de moradias nos próximos quatro anos. "O Bolsa Família não teve apoio do estado quando Serra era governador de São Paulo", era a fala que dava sequência à narrativa. Para Dilma ficou a responsabilidade de fazer as propostas e algumas menções a Serra e ao PSDB – sempre mais leves do que as críticas feitas pelos apresentadores.

Formato 

O formato não agradou a todos os petistas. Para muitos, os ataques poderiam ter sido mais duros e Santana deveria ter usado números para fazer as comparações entre os governos. Como o marqueteiro não faz o estilo mais agressivo, avaliam alguns setores do partido, os programas acabaram ficando abaixo do tom desejado.

Para petistas, a estratégia de "Dilminha paz e amor" deu certo até o momento em que a candidata parou de crescer nas pesquisas. A disputa presidencial, levada para o segundo turno, ganhou fôlego com a discussão de temas polêmicos como aborto e religiosidade. Aliados ao governo – e à campanha de Dilma – cobram uma postura mais definitiva da candidata frente aos temas, e mais agressividade na hora de responder às críticas dos adversários.

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