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Dilma Rousseff deve pressionar China, mas não muito

Dilma deverá pressionar por uma relação comercial e de investimentos menos desigual entre as maiores economias da Ásia e da América Latina

Dilma quer mostrar, nessas visitas os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Dilma quer mostrar, nessas visitas os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2011 às 18h56.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff estará diante de seu teste mais difícil na política externa na visita que fará à China na semana que vem. Ela terá de encontrar um equilíbrio delicado para pressionar por concessões comerciais e investimentos sem se indispor com o maior cliente do Brasil.

Durante anos os dois países se beneficiaram com o aumento no comércio e com os laços políticos mais próximos que ajudaram a fortalecer a força internacional em questões como governança global.

Mas, como a moeda brasileira foi para a direção oposta à do iuan chinês, as queixas dos fabricantes brasileiros com relação à onda de importações chinesas chegaram ao ponto de ebulição. Algumas autoridades brasileiras também estão preocupadas com o fato de a China usar o país como pouco mais do que um supermercado de commodities, como minério de ferro, e não comprar uma quantidade suficiente de bens de valor agregado.

Como resultado, Dilma deverá pressionar por uma relação comercial e de investimentos menos desigual entre as maiores economias da Ásia e da América Latina. Estão sendo preparados acordos para investimentos nos setores de petróleo e agrícola e novas encomendas da China por aviões.

"O que queremos é mais reciprocidade", disse Rodrigo Baena, porta-voz da presidente, sobre os objetivos da visita de cinco dias que começa na terça-feira, dia 12.

Rousseff falará sobre a subvalorização do iuan no nível mais alto na China, mas tentará evitar o confronto direto, disseram autoridades do governo. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse em janeiro que a questão seria uma prioridade da viagem de Dilma, mas desde então evitou comentários públicos sobre o assunto.

Enquanto isso, o Brasil tomou medidas endurecendo sua posição com relação ao fluxo de bens chineses, aumentando as barreiras de importação e desenvolvendo planos para adotar medidas de controle de qualidade mais duras.

Há uma diferença marcante com seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que preferiu ignorar as diferenças na esperança de forjar uma frente comum com os países em desenvolvimento para enfrentar os interesses norte-americanos e europeus.

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