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Dilma exalta família e diz que aborto não pode dominar campanha

Dilma vem tentando se aproximar do voto religioso e tenta afastar polêmicas sobre sua posição em relação ao tema aborto

A instituição filantrópica visitada por Dilma atende cerca de 400 crianças e adolescentes (.)

A instituição filantrópica visitada por Dilma atende cerca de 400 crianças e adolescentes (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

Brasília - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira que o debate eleitoral não pode se concentrar apenas no tema da descriminalização do aborto.

"Essa discussão é legítima... ela só não pode ser o centro de todo o debate no Brasil", disse a presidenciável, após visita a uma instituição filantrópica para crianças e adolescentes.

Dilma vem tentando se aproximar do voto religioso e tenta afastar polêmicas sobre sua posição em relação ao tema aborto.

Segundo a candidata, problemas como o uso de drogas e o aborto são decorrentes da degradação da família.

"Você vê gravidez na adolescência, você vê situação de extremo risco... jovens recorrendo a aborto usando agulha de crochê e vê menino de sete anos usando crack", disse a candidata a jornalistas.

"Tudo isso é face da mesma moeda que é a corrosão da família.", acrescentou.

Segundo Dilma, o processo de desigualdade social leva a um "esgarçamento" da família. "Nós sabemos que no Brasil houve um processo muito grande de desigualdade social", acrescentou.

"O processo de desigualdade social leva a um esgarçamento da família... A família passa por um processo de destruição dos seus laços."

A petista criticou também a estratégia de campanha de seu adversário José Serra (PSDB), embora sem mencionar o nome do candidato. Para a presidenciável, o tucano tem recorrido a táticas sem fundamento."Eu acho que o meu adversário utiliza de métodos cada vez mais agressivos e infundados", disse Dilma, referindo-se à comparação feita pelo programa eleitoral do tucano entre ela e o ex-presidente Fernando Collor de Mello.

"Antes tinha dez candidatos, agora tem dois. Agora, os boatos vão ter de ter origem", disse Dilma.

A candidata voltou a defender projetos do governo federal, como o Bolsa Família, o Saúde da Família e o Minha Casa, Minha Vida, ajudaram a "manter os vínculos familiares".

Dilma falou da construção de 6 mil creches que já vinha prometendo na campanha do primeiro turno. "Fazer convênios e credenciar instituições como essa, faz todo o sentido", afirmou.

A instituição filantrópica visitada por Dilma atende cerca de 400 crianças e adolescentes. A entidade realiza oficinas e atividades educativas, além de servir de lar para aproximadamente 50 crianças, e desenvolve atividades religiosas da linha kardecista, doutrina criada pelo pensador espírita francês Allan Kardec.

Antes do início da campanha, Dilma deu uma declaração favorável à legalização do aborto mas, neste ano, manifestou-se de forma contrária à liberação da prática. O tema, caro a católicos e evangélicos, contribuiu para impedir que Dilma ganhasse a eleição no primeiro turno e tem sido explorado pelo seu adversário.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota nesta sexta sobre o "momento eleitoral", reiterou que não indica nenhum candidato, pois a escolha é um ato livre e consciente. Entretanto, fez um apelo aos "fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana".

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