Presidente Dilma Rousseff e o presidente colombiano Juan Manuel Santos (Reuters / John Vizcaino)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2015 às 21h52.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmaram hoje (9) que têm esperança que os Jogos Olímpicos do Rio 2016 possam marcar a conclusão de um acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). A chefe de Estado brasileira está em visita oficial ao país vizinho.
“Nada melhor que uma Olimpíada. Ela tem um marco histórico baseado na paz entre as cidades gregas. A Olimpíada é justamente isso, o momento em que o esporte, como relação entre povos, ultrapassa qualquer barreira e cria essa que é a comunhão pacífica entre as diferentes nações”, comparou Dilma, durante declaração conjunta à imprensa.
“Será uma Olimpíada que vai comemorar a paz e a unidade na Colômbia”, acrescentou.
Santos disse que o processo de paz ainda está em construção, mas que está evoluindo “de vento em popa”. Ele disse esperar que Dilma possa ser a anfitriã da celebração do fim “do último e único conflito armado do hemisfério” durante os Jogos do Rio 2016.
“Ainda temos um caminho pela frente, mas acredito que possamos chegar aos Jogos Olímpicos com a chama olímpica da paz. Acredito que isso seria muito importante”, afirmou.
Dilma elogiou a disposição do governo colombiano em negociar a paz com as Farcs e adiantou que o Brasil está à disposição para auxiliar o país na reconstrução pós-conflito em áreas como agricultura, infraestrutura, com enfoque na inclusão social.
Empregos
Na declaração conjunta, Dilma e o presidente colombiano também lembraram o potencial de expansão da relação comercial entre os países.
Os dois governos assinaram nesta sexta-feira uma série de acordos bilaterais, que abrangem as áreas de investigação científica, cooperação industrial e de serviços bancários, cooperação policial, comunicação, esportes, assuntos indígenas e transportes fluviais.
Dilma e Santos destacaram a assinatura de um memorando para desenvolvimento da indústria automobilística e setores associados, no âmbito do Acordo de Complementação Econômica nº59, firmado entre o Mercosul, a Colômbia e o Equador.
Segundo Santos, a inciativa vai gerar mais emprego no Brasil e na Colômbia.
O presidente colombiano classificou como “muito importante” o aumento da integração comercial entre os vizinhos, principalmente em um momento de crise. Segundo ele, o potencial de expansão é “enorme”.
Embora seja a terceira maior economia da América do Sul, a Colômbia é apenas o sétimo parceiro comercial do Brasil no Continente americano.”Na crise se produzem sinergias. O tema comercial muito nos interessa neste momento de dificuldade econômica mundial”.
No âmbito multilateral, Dilma informou que comunicou a Santos o interesse do Mercosul em uma cooperação com a Aliança do Pacífico, que reúne Chile, Colômbia, Peru, México e Costa Rica. “Queremos estreitar relações, ter medidas em comum como a extensão dos acordos vigentes, cooperação aduaneira.”
Brasil e Colômbia também emitiram uma declaração conjunta sobre mudanças climáticas, com posições para a 21ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-21), marcada para dezembro, em Paris.
Segundo Dilma, a declaração levou em conta as semelhanças entre os países, pela megadiversidade e por compartilharem a Amazônia.
Empresários
Antes de se reunir com Juan Manuel Santos, Dilma encontrou-se com lideranças empresariais dos dois países.
Durante o encontro, ela confirmou a análise de especialistas sobre o comércio e os investimentos entre Brasil e Colômbia, que, segundo eles, estão em patamar abaixo do esperado. (LINK).
“O Brasil tem uma relação com a Colômbia aquém do seu potencial. Conto com os senhores para que nossas relações estejam além do nosso potencial, ou seja, que sejamos capazes de construir um caminho no qual tanto os interesses da Colômbia quanto os do Brasil sejam contemplados. Que nos lancemos para um projeto de futuro que implique relações comerciais e de investimentos extremamente fortes entre nós.”