Mundo

Dilma diz não haver condições para visita de Estado aos EUA

A visita prevista para o ano passado foi cancelada depois da revelação do escândalo de espionagem dos americanos


	Dilma e Obama: ainda é necessário "um sinal de que isso não voltará a se repetir"
 (Reuters)

Dilma e Obama: ainda é necessário "um sinal de que isso não voltará a se repetir" (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 07h04.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que ainda não existem condições para uma visita de Estado a Washington, que estava prevista para o ano passado e foi cancelada depois da revelação do escândalo de espionagem dos americanos pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA, sigla em inglês) dos EUA, Edward Snowden.

"As relações com os Estados Unidos são boas" e "não sofreram nenhuma interrupção" pelo escândalo de espionagem, mas ainda é necessário "um sinal de que isso não voltará a se repetir", disse Dilma durante um jantar no Palácio da Alvorada para correspondentes da imprensa estrangeira, entre eles a Agência Efe.

"Temos todo o interesse em fazer essa visita de Estado", declarou a presidente, que também esclareceu que tem uma relação de "muito respeito" com o presidente americano, Barack Obama.

No entanto, disse que os governos dos dois países estão em uma fase de "namoro" e que a visita de Estado só acontecerá quando estiverem mais perto do "casamento".

Dilma confirmou que receberá em Brasília o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no próximo dia 16. Biden também vem ao país para assistir uma partida da seleção dos Estados Unidos na Copa do Mundo.

A presidente explicou que Brasil e Estados Unidos, apesar das ações de espionagem reveladas por Snowden, que afetaram tanto suas comunicações como as de alguns ministros e empresas, mantêm uma "sociedade estratégica".

Também reiterou que, quando decidiu cancelar a visita de Estado que faria a Washington no dia 23 de outubro, foi de comum acordo com Obama, com quem então conversou "durante mais de uma hora por telefone" para tentar esclarecer o tema da espionagem.

No entanto, declarou que até o dia de hoje "ninguém" lhe disse quais informações foram acessadas pelos espiões americanos e quais seriam as consequências do monitoramento de suas comunicações. 

Acompanhe tudo sobre:Brasil-EUADilma RousseffDiplomaciaEspionagemEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia