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Diálogo de governo e oposição está na 3ª semana na Venezuela

Nas últimas duas semanas, os partidos não conseguiram estruturar grupos de trabalho para constituir as comissões que investigarão os eventos dos últimos meses


	Protesto de estudantes contra a repressão a protestos: governo e coalização opositora realizaram em 10 de abril primeiro encontro, que foi seguido por mais duas reuniões
 (AFP)

Protesto de estudantes contra a repressão a protestos: governo e coalização opositora realizaram em 10 de abril primeiro encontro, que foi seguido por mais duas reuniões (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 16h59.

Caracas - O diálogo entre o governo e a coalização opositora entrou em sua terceira semana na Venezuela, apesar das críticas da oposição contra a decisão da Corte Suprema do país de proibir as manifestações não autorizadas pelo governo.

O governo e a chamada Mesa da Unidade Democrática esperam definir esta semana os grupos de trabalho para constituir as comissões que investigarão os eventos dos últimos meses e os casos de alguns opositores detidos.

O vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou hoje que o governo nomeou os deputados Elvis Amoroso e Robert Serra para representar o partido no poder na comissão que investigará junto com alguns opositores os acontecimentos do primeiro trimestre.

Durante uma cerimônia com empresários do Estado de Zulia, Arreaza disse que o governo também concordou com a criação de uma equipe médica esta semana para avaliar o estado de saúde de Ivan Simonovis, ex-chefe de polícia condenado em 2009 a 30 anos de prisão por ser cúmplice nas mortes de manifestantes pró-governo que ocorreram em meio ao fracassado golpe de abril de 2002.

Simonovis sofre de vários problemas de saúde graves que levaram a oposição a lançar uma campanha para que o ex-comissário seja retirado da prisão militar onde está preso.

Uma das integrantes da comissão opositora no processo de diálogo, Delsa Solórzano, afirmou que esta semana deveria finalmente ocorrer a instalação das comissões de trabalho, mas acrescentou que isso não ocorreu até agora porque "não há diálogo".

Nas últimas duas semanas, os partidos não conseguiram estruturar grupos de trabalho, o que levantou questões sobre o avanço e o futuro do processo.

Delsa admitiu que o processo de aproximação entre o governo e a "oposição tem caminhado com certa lentidão" e acrescentou, em entrevista por telefone à Associated Press, esperar que o processo acelere esta semana.

Sobre a ideia expressada por alguns membros da oposição de que o governo estaria dinamitando o processo após a decisão tomada pela Corte Suprema de proibir os protestos pacíficos que não tenham autorização e intensificar as ações das forças de segurança contra os manifestantes, Solórzano afirmou que "uma das razões fundamentais pelas quais aceitamos a necessidade desse diálogo foi para colocar fim à repressão, à prisão e à perseguição política".

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, destacou que, com essa sentença, "se está dando uma patada" no processo de diálogo e disse à emissora local Unión Radio que o mais importante de qualquer esforço que se faça em termos de negociações é que sejam obtidos resultados concretos.

O governo e a coalização opositora realizaram em 10 de abril um primeiro encontro que foi seguido por mais duas reuniões.

O processo de aproximação conta com a intermediação dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, Equador e da Colômbia e do núncio apostólico para a Venezuela. Fonte: Associated Press.

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