Trabalhadores em Doha, no Catar: se o ritmo atual for mantido, ao menos 4.000 operários imigrantes poderão morrer antes da realização do torneio, diz organização (Goh Chai Hin/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 14h21.
Londres - Ao menos 44 nepaleses, que trabalhavam em condições de semi-escravidão, teriam morrido entre 4 de junho e 8 de agosto nas obras do Mundial do Catar-2022, informou o jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira.
Citando documentos da embaixada do Nepal no Catar, o jornal diz que mais da metade das vítimas morreu por crise cardíaca ou acidentes de trabalho.
A Confederação Internacional de Sindicatos (ITUC) afirmou ao Guardian que, se o ritmo atual for mantido, ao menos 4.000 operários imigrantes poderão morrer antes da realização do torneio.
O The Guardian declarou ter encontrado provas e testemunhos de que as condições de trabalho visando ao Mundial de futebol se assemelham à escravidão e que, apesar de ainda faltar 9 anos para o evento, a construção dos estádios ainda não foi iniciada.
Alguns trabalhadores nepaleses se queixaram de que não recebem salário e têm seus passaporte retidos para assegurar que não fujam. Trinta deles buscaram refúgio na embaixada de seu país.
O comitê organizador do Mundial disse ao Guardian que está profundamente preocupado com essas acusações.
A Fifa anunciou que entrará em contato com as autoridades do emirado e discutirá as denúncias, segundo um post no Twitter.
A decisão da Fifa de dar a organização do Mundial do Catar foi muito polêmica e provavelmente o torneio terá de ser disputado no inverno (boreal) devido ao forte calor nesse país.