"Todas essas pessoas eram meninas", lamentou.
Na semana passada, as alunas desta escola protestaram contra a falta de professores e material escolar, testemunhou Mirza Hussain, uma estudante do bairro. "Mas o que elas conseguiram foi um massacre", lamentou.
Esta manhã, no local do atentado, livros e mochilas das vítimas ainda estavam espalhados pelo chão.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, acusou o Talibã de estar por trás do ataque.
"Este grupo de selvagens não tem capacidade para enfrentar as forças de segurança no campo de batalha, então atacam barbaramente prédios públicos e escolas de meninas", denunciou em um comunicado à imprensa.
O Talibã negou qualquer envolvimento, dizendo que não realiza ataques em Cabul desde fevereiro de 2020, quando assinou um acordo com os Estados Unidos abrindo caminho para negociações de paz e a retirada das últimas tropas americanas.
No entanto, os insurgentes seguem envolvidos em combates diários com as forças afegãs no interior do país.
O principal diplomata dos Estados Unidos em Cabul, Ross Wilson, chamou as explosões de sábado de "hediondas".
"Este ataque imperdoável contra crianças é um ataque ao futuro do Afeganistão, que não pode ser tolerado", disse Wilson no Twitter.
No mesmo bairro, em maio de 2020, um grupo de homens armados atacou uma maternidade apoiada pela organização Médicos Sem Fronteiras em plena luz do dia, matando 25 pessoas, incluindo 16 mães e recém-nascidos. Posteriormente, MSF decidiu encerrar o projeto.
Em 24 de outubro, um homem se explodiu em um centro de ensino particular no mesmo bairro, matando 18 pessoas, incluindo estudantes.