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Dezenas de milhares de líbios protestam contra Kadafi em Benghazi

Cidade está em poder dos manifestantes desde 21 de fevereiro

Muammar Kadafi, ditador líbio: "sexta-feira da ira" pede a saída do governante (AFP/Arquivo  Filippo Monteforte)

Muammar Kadafi, ditador líbio: "sexta-feira da ira" pede a saída do governante (AFP/Arquivo Filippo Monteforte)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 11h44.

Benghazi, Líbia - Milhares de líbios estão reunidos nesta sexta-feira em Benghazi, atualmente nas mãos dos opositores, para reivindicar o fim do regime de Muammar Kadafi, no que representa o maior protesto na cidade desde que eclodiu a revolta, segundo constatou a Agência Efe.

"Hoje ao entardecer acaba o prazo, ou sai (Kadafi) ou se suicida", afirmou à Efe Ibrahim Alawan, um dos manifestantes que participa da concentração na segunda maior cidade do país.

Benghazi, situada no oriente da Líbia, está controlada por forças da oposição desde 21 de fevereiro. Os comitês revolucionários encarregaram-se da administração da cidade e ocuparam os quartéis.

Os participantes de uma manifestação na cidade assistiram às orações do meio-dia desta sexta-feira, chamada de "sexta-feira da ira", um protesto que está se desenvolvendo em outras partes do país.

No centro de uma praça de Benghazi, havia bonecos enforcados representando Kadafi, além de muitas bandeiras da independência da Líbia, que foi alterada depois que Kadafi ascendeu ao poder.


Essa era a bandeira que a Líbia tinha quando se tornou independente e que foi mudada pelo verde, símbolo da "revolução" de Kadafi.

Os manifestantes de Benghazi cantavam palavras de ordem como "O sangue dos mártires não será em vão", "Líbia é livre", "Líbia é união nacional".

Também faziam apelos ao Exército líbio para que se some à rebelião.

Em seu sermão na praça durante a celebração religiosa, o imame disse que a sociedade líbia está unida e acrescentou que a população local não permitirá nenhuma intervenção estrangeira.

Nas paredes da praça ainda se viam palavras de ordem pintadas contra o regime de Kadafi e pedindo a liberdade da Líbia.

Nas ruas da cidade circulavam carros do Exército enfeitados com bandeiras líbias e com seus ocupantes militares mostrando seu apoio às exigências da revolta popular.

Segundo alguns dos participantes da concentração, nessa mesma praça se juntaram no dia 17 de fevereiro cerca de 50 pessoas para protestar contra Kadafi, e na mesma noite já havia cerca de três mil manifestantes.

Os protestos em Benghazi provocaram cerca de 300 mortes e deixaram milhares de feridos, segundo fontes da Cruz Vermelha.

Além da concentração na praça dos Julgados e seus arredores, o resto da cidade estava em calma, uma situação parecida à qual vivem outras localidades orientais da Líbia controladas pelas forças da oposição, segundo constatou hoje

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