Papa: Francisco lembrou que, segundo o catecismo, os homossexuais "não devem ser discriminados, mas respeitados e acompanhados no plano pastoral" (Alessandro Bianchi / Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2016 às 14h31.
O papa Francisco reiterou sua tolerância sobre a homossexualidade, perguntando: "Quem somos nós para julgar?".
Em conversa com jornalistas no voo de volta da Armênia, o pontífice foi questionado sobre o massacre homófico de Orlando, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
Francisco lembrou que, segundo o catecismo, os homossexuais "não devem ser discriminados, mas respeitados e acompanhados no plano pastoral".
"Uma pessoa que vive nessa condição, que tem boa vontade, que busca a Deus, quem somos nós para julgá-la?", perguntou, repetindo a fórmula que empregou em seu retorno do Rio de Janeiro a Roma em 2013.
Segundo o papa, os cristãos não só devem pedir perdão aos homossexuais, como "aos pobres, às mulheres exploradas e às crianças obrigadas ao trabalho forçado".
"Os cristãos devem pedir perdão o tempo todo", recomendou.
No voo, o papa também justificou o uso do termo "genocídio" para referir-se aos massacres de armênios perpetrados pelo Império Otomano.
"Depois de ter sentido o tom do discurso do presidente (Serge Sarkisian), e depois de ter pronunciado essa palavra no ano passado em São Pedro, achei que ficaria estranho se não usasse a mesma palavra", explicou.
"Não utilizei essa palavra com um ânimo ofensivo, mas de forma objetiva", ressaltou.
O vice-primeiro-ministro turco criticou a declaração do papa, afirmando se tratar de "uma mentalidade de Cruzada".
O Brexit esteve entre os assuntos abordados na conversa com os jornalistas.
Francisco alertou sobre o risco de uma "balcanização" da Europa e defendeu uma "desunião saudável" entre os membros da União Europeia. Ele apontou o risco de regiões como Escócia ou Catalunha optarem pela "secessão", o que, segundo ele, levaria a uma "balcanização" da Europa.
"O passo que a Europa deve dar é um passo de criatividade e de desunião saudável (...), ou seja dar mais independência, mais liberdade aos países da União Europeia", recomendou.